Comportamento de consumidores ameniza medo de recessão nos EUA

CEO do BofA afirma que houve ‘recuperação nos gastos com viagens, entretenimento e restaurantes’

Analistas seguem divididos quanto à probabilidade de retração da economia
Por Olivia Rockeman - Reade Pickert e Vildana Hajric
26 de abril, 2022 | 02:58 PM

Bloomberg — Os executivos corporativos dos Estados Unidos ressaltam a força dos consumidores americanos diante da inflação para amenizar os temores crescentes de recessão.

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Os CEOs dos bancos iniciaram a temporada de balanços com uma mensagem consistente de que as finanças domésticas e a demanda das famílias estão em boa forma.

A Procter & Gamble (PG), que conta com a Pampers entre suas marcas, viu os consumidores buscarem produtos de marcas premium. O Bank of America (BAC) e a American Express (AXP) observaram uma sólida demanda por viagens.

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O CEO da Tractor Supply, Hal Lawton, foi mais direto na teleconferência de resultados da varejista em 21 de abril: “Qualquer conversa sobre recessão neste momento é prematura”.

A situação dos consumidores americanos, cujos gastos respondem por cerca de dois terços da economia, está em debate nas últimas semanas. Alguns analistas esperam que a inflação diminua a demanda e outros antecipam que ela permanecerá robusta.

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Comportamento de consumidores se compara ao nível pré-pandemiadfd

“A partir de nossos dados de cartões, observamos uma forte recuperação nos gastos com viagens, entretenimento e restaurantes”, o CEO do Bank of America Brian Moynihan disse semana passada.

Mesmo depois de contabilizar os efeitos do pacote de estímulo econômico de US$ 1,9 trilhão em março do ano passado, Moynihan disse que “vimos gastos no mês de março de 2022 em uma base comparável a 2021, 13% maiores em volume de dólares e vimos um aumento de 7,4% no número de transações. Portanto, tanto os volumes em dólares quanto os números de transações aumentaram bem.”

Embora os ganhos salariais em geral não tenham acompanhado a inflação, os ganhos médios por hora dos americanos aumentaram 5,6% em março em relação ao ano anterior, maior alta desde maio de 2020.

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As finanças domésticas estão em ordem, reforçadas por altas nos mercados imobiliário e acionário. O coeficiente entre pagamento de dívidas e renda disponível está bem abaixo da média histórica.

Probabilidades de recessão

No entanto, surgem dúvidas sobre as perspectivas da economia. A mais recente pesquisa mensal da Bloomberg realizada no início de abril mostrou que os economistas colocam uma chance de 27,5% de recessão no próximo ano, acima dos 20% em março.

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A inflação mais alta desde 1981, as perspectivas de uma política mais agressiva do Federal Reserve, as cadeias de suprimentos ainda tênues e a guerra na Ucrânia aumentaram as preocupações sobre se a economia dos EUA pode sustentar o sólido crescimento experimentado no último ano e meio.

Por sua vez, os dirigentes do Fed estão prestes a aumentar a sua taxa de juro de referência em meio ponto percentual na próxima semana. A tarefa do banco central é complicada: moderar a demanda e, portanto, a inflação, e ao mesmo tempo garantir que a economia não entre em recessão.

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