Bolsa mantém alta, enquanto índices americanos recuam no último pregão de maio

Inflação recorde na Europa intensifica debate sobre a rapidez com que os bancos centrais aumentarão as taxas de juros em resposta

Ações dos EUA estão a caminho de encerrar o mês com ganhos modestos em meio ao ceticismo sobre se o mercado está perto das mínimas e à medida que a volatilidade permanece elevada
31 de mayo, 2022 | 12:54 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) mantém a tendência de alta na tarde desta terça (31), último pregão do mês, apesar dos recuos dos índices acionários americanos. As ações dos Estados Unidos chegaram a reduzir perdas com a aceleração da inflação recorde na Europa - mas ainda ficaram em terreno negativo -, intensificando o debate sobre a rapidez com que os bancos centrais aumentarão as taxas de juros em resposta. Enquanto isso, o dólar recua por aqui.

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As altas de bancos como Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3), além de PetroRio (PRIO3), ajudavam a sustentar o avanço do principal índice da Bolsa de São Paulo.

Na agenda doméstica, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 10,5% no trimestre encerrado em abril, segundo dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgados hoje pelo IBGE. A taxa é a menor para esse trimestre desde 2015 e representa uma queda de 0,7 ponto percentual ante o trimestre anterior, e de 4,3 pontos percentuais na comparação anual.

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Confira o desempenho dos mercados nesta terça-feira (31):

  • Por volta das 13h50 (horário de Brasília), o Ibovespa subia 0,40%, aos 111.473 pontos;
  • O dólar à vista recuava 0,52%, a R$ 4,73;
  • Nos EUA, o Dow Jones caía 0,16%, enquanto o S&P 500 operava estável e o Nasdaq subia 0,35%

Contexto externo

Os preços ao consumidor da zona do euro saltaram 8,1% em relação ao ano anterior em maio, superando a estimativa mediana de 7,8% em uma pesquisa da Bloomberg. Enquanto isso, o petróleo bruto WTI subiu para US$ 117 o barril depois que a União Europeia concordou em buscar uma proibição parcial do petróleo russo.

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Os temores de que os aumentos das taxas do banco central possam levar a economia a uma recessão estão mantendo os investidores atentos à medida que os custos crescentes de alimentos e energia pressionam os consumidores. As ações dos EUA estão a caminho de encerrar o mês com ganhos modestos em meio ao ceticismo sobre se o mercado está perto das mínimas e à medida que a volatilidade permanece elevada.

Espera-se que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, se encontre com o presidente americano Joe Biden em uma rara reunião no Salão Oval nesta terça-feira para discutir a inflação antes da divulgação dos números de emprego americano medidos pelo Payroll na sexta.

A reunião ocorre depois que o presidente do Fed, Christopher Waller, disse na segunda-feira que deseja continuar aumentando as taxas em etapas de meio ponto percentual até que a inflação esteja voltando para a meta do banco central.

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-- Com informações de Bloomberg News

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Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.

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