Ibovespa destoa de Wall Street e fecha em queda com temores sobre fiscal

After Hours: Mercado brasileiro destoou das bolsas americanas, que subiram impulsionadas pelo alívio de restrições na China

After hours
06 de junio, 2022 | 04:45 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) seguiu em queda ao longo da tarde e fechou o pregão desta segunda-feira (6) em baixa de 0,82%, voltando ao patamar dos 110 mil pontos, com os investidores cautelosos em meio às notícias de que o governo pretende divulgar uma proposta para impedir novas altas dos preços dos combustíveis. Tal medida é vista como um risco fiscal e aumenta o sentimento de aversão ao risco. O dólar, por sua vez, subiu, negociado por volta dos R$ 4,80.

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Enquanto o âmbito fiscal contribuiu para perdas no Brasil, no exterior o dia foi de ganhos nos Estados Unidos e na Europa, dado o otimismo com as medidas de Pequim para aliviar as restrições impostas pela covid. Em Wall Street, as bolsas reduziram os ganhos no fim da sessão, dado o avanço do rendimento do Tesouro de 10 anos, mas fecharam no terreno positivo, com alta de até 0,40%, na Nasdaq.

Por aqui, os maiores ganhos do Ibovespa vieram das ações de Raia Drogasil (RADL3) e CSN Mineração (CMIN3), que subiram 2,68% e 1,94% nesta segunda. Já as maiores perdas foram lideradas pelos papéis de Positivo Tecnologia (POSI3), com queda de 6,13%, e Méliuz (CASH3), que caiu 6,11%.

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Mais cedo, a divulgação parcial do relatório Focus trouxe uma piora nas projeções para a inflação em 2022 e em 2023. A forte alta dos preços e perspectivas mais elevadas para a inflação contribuíram para estimativas mais altistas para a taxa Selic em 2023, que subiram de 9,25% para 9,75% ao ano, mostrando que o mercado segue vendo juros mais altos por mais tempo. Já para este ano, ficaram mantidas as projeções de Selic a 13,25% ao ano.

Confira como fecharam os mercados nesta segunda-feira (6):

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Cena internacional

As ações dos EUA têm se esforçado para obter uma recuperação sustentável em meio a temores de que o aumento das taxas de juros prejudique o crescimento e os lucros das companhias.

Por lá, repercutiu ainda a fala do CEO da Tesla (TSLA) Elon Musk de que o Twitter (TWTR) está violando seu acordo de fusão ao não fornecer informações sobre spam e contas falsas que ele exigiu. As ações da empresa de rede social fecharam em queda de 1,5% nesta segunda.

Na semana passada, dados de contratações mais fortes do que o previsto em maio nos EUA sugeriram que o Federal Reserve não vai vacilar em seu caminho de aperto para conter o aumento de preços. Economistas do Goldman Sachs (GS), contudo, disseram que o Fed pode ser capaz de realizar seu plano agressivo de aumento de juros sem levar o país à recessão.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.

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