40 relógios icônicos para todos os orçamentos

Não é preciso ser um bilionário para ter um relógio estiloso; conheça modelos que custam de R$ 350 a R$ 100 mil

Os relógios icônicos por faixa de preço
14 de mayo, 2022 | 10:00 AM

Bloomberg Línea — Nas últimas semanas, muitas pessoas no Brasil voltaram a prestar atenção em relógios masculinos quando circulou uma foto do líder nas pesquisas eleitorais deste ano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acenando para uma multidão com um Piaget Altiplano no pulso esquerdo. Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro costuma ser visto com relógios digitais da Casio. O ex-presidente Michel Temer carrega um Cartier, mesma marca suíça usada pelo também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

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Ao categorizar relógios por estilo e faixa de preço, a reportagem visa ajudar o leitor a fazer melhores escolhas e combinações. Relógio esportivo com roupa social funciona bem nos filmes de 007, mas, se você não for um agente secreto a serviço de Sua Majestade, é melhor escolher um relógio sóbrio, com uma boa pulseira de couro, quando tiver que usar costume e gravata. As escolhas mais seguras estariam nas categorias social (”dressy”), minimalista ou tank (caixa retangular).

Como importar um relógio por conta própria: Sites como e-Bay, Amazon, Chrono24 ou das próprias marcas permitem acesso a uma gama de comerciantes de relojoaria em nível global, antes impensável para o aficionado brasileiro. Há alguns cuidados a serem observados antes de importar um relógio por conta própria, no entanto.

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1. Confira a reputação do vendedor: O primeiro é a preferência por um comerciante de relojoaria com boa reputação em vez de um particular, o que pode facilitar a devolução do item em caso de alguma inconformidade.

2. Depósito em escrow account: O depósito do dinheiro em uma escrow account, uma espécie de conta de garantia que só libera o dinheiro para o vendedor após a entrega da mercadoria, também traz um pouco mais de segurança para a operação. O custo já vem calculado com o frete.

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3. Verifique o imposto de importação: E, por último mas não menos importante, verifique o imposto de importação antes da aquisição por sites estrangeiros. No geral, relógios são tributados sob o código NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) 9102, o que significa uma tributação de 51,75% (20% imposto de importação, 20% de IPI, 9,65% de Confins e 2,1% de PIS).

40 relógios icônicos para todos os orçamentos

A metodologia da composição da lista encontra-se detalhada no final desta reportagem.

Relógios de até R$ 2.000

Na fileira de cima, a partir da esquerda: Seiko 4, Laco Typ B Aachen, Seagull 1963, Citizen Promaster Marine. Na fileira de baixo: Junkers Flieger GMT, Orient Bambino 2ª geração, Poljot De Luxe, Seiko SUP 880dfd
Casual: Seiko 5

O discreto Seiko 5, com pulseira de lona verde, como o da foto, é o relógio para usar com calça jeans e camiseta. O movimento do braço é responsável pela recarga do relógio. Custa em torno de R$ 1.200 nas revendas autorizadas no Brasil. Nessa faixa de entrada, os fabricantes japoneses entregam bom maquinário, estilo e durabilidade.

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Outras duas opções: O Casio DW-6600-b (R$ 350) é um digital prático e o G-Shock GA-2100 (R$ 1.000), que virou um cult de colecionadores.

Aviador: Laco Type B

A Laco é uma fabricante alemã famosa entre colecionadores pela confiabilidade de seus relógios. O Laco Type B é uma evolução dos primeiros relógios desenvolvidos para pilotos da Luftwaffe. O modelo Aachen (automático), de 39 milímetros, é substancialmente menor do que os usados na 2ª Guerra Mundial (45 mm), mas o design não mudou com marcações claras de horas e minutos. A versão de quartzo (com baterias) custa por volta de 200 euros em bons revendedores internacionais com entrega para o Brasil.

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Cronógrafo: Seagull 1963

Também se encaixa na categoria aviador, já que foi desenhado para a Força Aérea Chinesa. O mostrador champanhe, algarismos dourados e os ponteiros azuis dão o desta que a esse relógio automático. Quanto: US$ 190 na maioria dos sites internacionais, como eBay ou Chrono24.

Mergulho: Citizen Promaster Marine NY-0040

Foi o relógio oficial da Marinha italiana. A versão vendida pela Citizen para o governo italiano tem a inscrição Marina Militare (no lugar do nome da fabricante japonesa) e indicação de resistência até 500 metros. A versão civil tem o mesmo mecanismo, caixa de aço robusta e resistente até 200 metros – profundidade que 99% dos mergulhadores amadores jamais vão atingir.

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Quanto: US$ 200 em sites internacionais, na versão com pulseira de borracha.

GMT: Junkers Flieger GMT

Não muito popular no Brasil, a Junkers é uma fabricante alemã com reputação de confiabilidade de seus mecanismos. Nesta versão é possível ajustar simultaneamente dois fusos, uma feature muito útil para quem trabalha em times multinacionais.

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Quanto: 319 euros, no site da marca.

Social: Orient Bambino 2ª geração

O Bambino é uma alternativa para usar com camisa social e paletó. Fino (espessura da caixa é de 11 milímetros), ele não faz volume sob o punho da camisa.

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Quanto: R$ 1.200 nas lojas brasileiras.

Minimalista: Poljot De Luxe

“Made in URSS” ou “Made in Russia”, pero no mucho: a obsessão do ditador Josef Stálin por certos artigos de luxo ocidentais fez com que a União Soviética comprasse uma fábrica de relógios mecânicos nos EUA nos anos 1930, desmontasse e mandasse tudo para os arredores de Moscou. Depois, relojoeiros suíços desenvolveram o De Luxe, um modelo minimalista, de corda, com apenas 10 mm de espessura. No Brasil, os Poljot ficaram mais populares com as redes sociais. No Twitter, a conta Ouriço de Cartola, sobre estilo masculino, é uma das responsáveis pela maior parte das importações recentes do Poljot no Brasil.

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Quanto: Pode ser encontrado no eBay a US$ 90.

Tank: Seiko SUP-880

A espessura da caixa de 6,1 milímetros é recomendada para o uso com camisa social, sem formar uma colina sob o tecido. Uma coisa interessante é que combina um design clássico inspirado, mas com tecnologia de ponta de alimentação solar. Se você se interessa por um Cartier mas não tem dezenas de milhares de reais para gastar com isso, esse relógio é para você.

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Quanto: em torno de R$ 1.600 em lojas brasileiras.

Relógios de até R$ 5.000

Na fileira de cima, a partir da esquerda: Longines Conquest, Bulova Lunar Pilot, Tag Heuer Formula 1, Zeno-Watch Basel Pro Diver 2 black. Na fileira inferior: Hamilton Jazzmaster GMT, Mido Baroncelli III, Movado Museum, Citizen Stilettodfd

Casual: Longines Conquest

A Longines foi fundada na Suíça em 1832 (atualmente pertence ao grupo Swatch) e construiu uma boa reputação de relógios confiáveis e bem desenhados, sobretudo para a prática de esportes, por preços muito mais acessíveis do que outras casas tradicionais do país. Na versão de entrada, o Conquest é um relógio de quartzo (depende de bateria como fonte de energia) e promete uma precisão muito maior do que a média de relógios da mesma categoria (atraso de cinco segundos por ano, segundo a fabricante).

Quanto: O modelo de entrada pode ser encontrado por 600 euros em sites internacionais.

Aviador: Bulova Lunar Pilot

Tradicional fabricante americana de relógios (fundada por um imigrante tcheco em 1875 em Nova York), a Bulova ganhou popularidade por suas parcerias com a Nasa, a Agência Espacial Americana. Relógios de pulso da companhia foram usados por astronautas em ao menos 46 missões espaciais. O atual Lunar Pilot replica a versão original do modelo usado na Apollo 15 (quarto pouso do homem na Lua, que esteve no satélite entre julho e agosto de 1971).

Quanto: R$ 4.600 em revendas brasileiras, na versão de entrada com a pulseira em nylon.

Cronógrafo: Tag Heuer Formula 1

o Tag Heuer é um dos relojoeiros suíços mais populares no Ocidente por causa do seu forte marketing ligado aos esportes de velocidade e onipresença em pontos de vendas em aeroportos e varejistas.

Quanto: O Formula 1, clássico cronógrafo da marca, pode ser encontrado a partir de R$ 3.600 em revendas brasileiras.

Mergulho: Zeno-Watch Basel Pro Diver 2

Fabricado na Suíça, o Pro Diver 2 é uma referência de relógio de mergulho profissional com movimento a quartzo, da Zeno-Watch Basel. Caixa sólida em aço inoxidável com luneta giratória unidirecional em cerâmica de alta tecnologia. Por causa do diâmetro avantajado (caixa de 48 milímetros), pode chamar bastante atenção pelo tamanho.

Quanto: 488 francos suíços (R$ 2.507) no site da fabricante.

GMT: Hamilton Jazzmaster GMT

O Jazzmaster é uma das linhas mais bem-sucedidas da tradicional fabricante americana, mas transferida para a Suíça (também hoje uma subsidiária do grupo Swatch). Com exibição de dois fusos simultaneamente, a versão com pulseira de couro pode ser usada com roupa social.

Quanto: Pode ser encontrada a partir de 950 francos suíços (R$ 4.880) em sites internacionais, o que certamente excederá o limite desta faixa de preços com despesas aduaneiras.

Social: Mido Baroncelli

Mido é um suíço que foi bastante popular até os anos 1980 (Bjorn Borg, primeiro tenista a ganhar 11 Grand Slams, foi garoto-propaganda e entusiasta da marca), mas que acabou perdendo espaço no mercado da alta relojoaria nas últimas décadas (para desgosto dos tradicionalistas, a clássica escrita cursiva da marca foi atualizada no mostrador da maioria dos modelos para uma fonte minimalista), mas o maquinário continua oferecendo uma ótima relação de custo-benefício, segundo especialistas.

Quanto: As versões de entrada podem ser encontradas a partir de US$ 800 em sites internacionais.

Minimalista: Movado Museum

Este relógio é um ícone desde o lançamento de sua primeira versão, em 1948, com o círculo evocando ao sol em seu ponto mais alto, às 12h, e forte inspiração na estética Bauhaus. Não há algarismos nem qualquer outro indicador.

Quanto: O modelo de entrada custa 695 euros no site da Movado, mas não é despachado para o Brasil pelo fabricante. Ele também pode ser encontrado em sites especializados.

Tank: Citizen Stiletto

Citizen Stiletto é finíssimo (5,65 milímetros). Tem alta tecnologia com um design discreto: o Stiletto possui uma caixa e pulseira de cerâmica preta sólida e se alimenta de luz (não apenas a solar, qualquer luz).

Quanto: a partir de US$ 650 no site internacional da fabricante.

Relógios de até R$ 20.000

Na fileira de cima, a partir da esquerda: Muhle 29ER Casual, Alpina Startimer Pilot, Sinn 103, Longines Heritage Diver. Na fileira inferior: Grand Seiko GMT, Oris Big Crown Bronze Pointer Date, Nomos Orion e Longines Dolce Vitadfd

Casual: Mühle 29ER Casual

Fundada por Robert Mühle em 1869 na Alemanha, a Mühle ainda continua sob o controle da família do fundador – algo raro no mundo da relojoaria. Como o azul do mostrador deixa claro, o 29er nasceu como um relógio para velejar, mas suas versões casuais, com pulseiras de couro, também são usadas em ocasiões informais, mesmo longe da praia.

Quanto: A partir de 1.600 euros nos sites internacionais.

Aviador: Alpina Startimer Pilot

Relógio de aviador de aço inoxidável, com ponteiros de prata polidos à mão e algoritmos brancos luminescentes aplicados sobre um mostrador preto fosco. A Alpina, tradicional fabricante suíça que desenvolve modelos para aviadores desde a década de 1920, tem uma reputação de maquinários duráveis e confiáveis.

Quanto: Esta versão em aço custa a partir de 1.200 francos suíços (R$ 6.165) no site da fabricante.

Cronógrafo: Sinn 103

Esse relógio também poderia estar na categoria aviador. O Sinn 103, com três submostradores, é um tanque de guerra: a caixa de aço inoxidável polido e a parte traseira da caixa aparafusada. A coroa pode ser rosqueada e as peças de pressão, que também podem ser rosqueadas, ajudam na resistência à água. A parte traseira da caixa é feita de vidro safira que é anti-reflexo no interior. 7

Quanto: Versões a partir de 2.200 euros no site da fabricante.

Mergulho: Longines Heritage Diver

Imagine um relógio de mergulho que poderia ser usado longe do mar. É o que o Heritage Diver entrega. Numa das versões, o mostrador verde e a caixa de bronze fazem um conjunto com uma pulseira de couro marrom. Couro, como sabemos, não é o material ideal para a pulseira de um relógio desenhado para a água salgada, mas também está disponível em versões de aço inoxidável.

Quanto: Custa a partir de 2.600 em sites internacionais.

GMT: Grand Seiko 44GS (quartz)

A Grand Seiko é a linha de alta relojoaria da tradicional fabricante japonesa. É um relógio que disputa em pé de igualdade com as mais desejadas marcas suíças em termos de design, precisão e maquinário, mas por um preço bem mais amigável. Se o sentido for ostentar um relógio caro, a Grand Seiko não produz esse efeito porque é pouco conhecida fora do mundo de nerds da relojoaria.

Produzido pela primeira vez em 1967, o 44GS - este modelo GMT - é um ícone do design por causa de suas bordas superafiadas e lados delicadamente curvados.

Quanto: Esse modelo GMT custa US$ 3.200 na sua versão de entrada (movimento quartz), nos Estados Unidos e no Japão. Com tarifas de importação, ultrapassam o limite desta faixa de preço, mas é um relógio tão singular que foi incluído mesmo assim porque vale tê-lo em mente em uma viagem ao exterior. Modelos automáticos a partir de US$ 6.000.

Social: Oris Big Crown Bronze Pointer Date

Oris é uma raridade suíça já que é uma companhia tradicional que não foi alvo de aquisição por nenhum grande grupo. Embora seja mais casual do que dressy, o modelo com caixa de 36 milímetros é discreto, com pulseira de couro que pode ornar com cinto e sapato.

Quanto: Versão de entrada a 2.050 francos suíços (R$ 10.532), no site da fabricante.

Minimalista: Nomos Orion

Nomos é a novata da turma. A empresa foi fundada em 1990, logo após a queda do Muro de Berlim, com a intenção de produzir alta relojoaria na Alemanha, inspirada na estética Bauhaus. Minimalista e elegante, esta versão, de corda manual, com índices dourados e ponteiros azuis temperados num mostrador branco prateado tem como preço de entrada US$ 2.200 no site da fabricante.

Tank: Longines Dolce Vita

Na comparação com o Cartier Tank Solo, o Longines Dolce Vita, em sua versão automática, consegue o empate na maioria dos quesitos de maquinário, qualidade e design, mas leva a vantagem no preço.

Quanto: Esta versão, com pulseira em pele de crocodilo, custa a partir de 1.600 francos suíços (R$ 8.220, fora taxas de importação e frete).

Relógios de até R$ 50.000

Na fileira de cima, a partir da esquerda: Grand Seiko Elegance, Zenith Pilot Type 20 Chronograph Rescue, Omega Speedmaster Moonwatch, Breitling SuperOcean Heritage. Na fileira inferior, Frederique Constant Worldtimer, Cartier Ronde Solo, IWC Portugieser e Cartier Tank XLdfd

Casual: Grand Seiko Elegance

Os Grand Seiko da linha Elegance emulam, em seus mostradores, diferentes estações do ano. Na cultura japonesa, cada estação tem seis períodos distintos. O mostrador da nova linha tom delicado de azul pálido, a cor do céu acima do Monte Iwate quando o verão começa, o Kishun (uma das seis divisões que os japoneses convencionaram para o verão). Alimentado pelo movimento de corda manual, o relógio tem uma longa mola principal e uma balança, que permite uma taxa de precisão alta e estável e uma reserva de marcha de 72 horas.

Quanto: a partir de US$ 4.600 em sites do exterior.

Aviador: Zenith Pilot Type 20 Chronograph Rescue

Este modelo é uma homenagem ao longo vínculo da Zenith com a aviação, incluindo o voo épico de Louis Blériot em um monomotor primitivo sobre Canal da Mancha, em 1909. Blériot usava Zenith no pulso. Coroa grande em forma de cebola e mostradores luminosos hiperlegíveis, o Type 20 abraçou a tendência de relógios de piloto de estilo vintage.

Quanto: US$ 6.200 no site da marca.

Cronógrafo: Omega Speedmaster Moonwatch

Não existe um cronógrafo mais icônico que o Omega Speedmaster Moonwatch. Selecionado após uma série de testes que demonstraram seu alto nível de precisão e confiabilidade, o Speedmaster foi escolhido pela Nasa para o programa espacial dos EUA em 1964. Os requisitos do programa exigiam um cronógrafo de pulso de corda manual que fosse à prova de água e choque, antimagnético, capaz de suportar temperaturas extremas e fortes acelerações. Quando Neil Armstrong pisou pela primeira vez na Lua e decretou “o pequeno passo para o homem e um grande passo para a humanidade”, no pulso esquerdo carregava um Speedmaster, feito que dá ao modelo um lugar especial na história da relojoaria. Ao longo dos anos, a Omega fez modificações no Moonwatch, como atualização do movimento, a pulseira e a caixa, mas a aparência original permaneceu a mesma.

Quanto: a partir de US$ 6.100 nos sites internacionais.

Mergulho: Breitling SuperOcean Heritage

A família SuperOcean foi criada pela Breitling em 1957 e, desde então, se tornou um sinônimo de confiabilidade para mergulhadores e um dos best-sellers da marca globalmente pelo mundo. Os elementos polidos no mostrador funcionam bem porque o cristal de safira em forma de leve abóboda é tão bem revestido que geralmente não tem brilho, o que é uma feature e tanto para mergulho profissional.

Quanto: a partir de 6.450 dólares, nos sites internacionais.

GMT: Frederique Constant Worldtimer

Uma outra peça que tem aficionados fugindo da Rolex ou Omega por um preço mais acessível. O mostrador tem contornos do globo e marcações de metrópoles globais nas extremidades. O visual complexo, apesar de tender ao mais casual, também funciona em ocasiões formais, com a pulseira de couro.

Quanto: 4.150 francos suíços (R$ 21.322), no site da marca.

Social: Cartier Ronde Solo

Algarismos romanos em preto aplicados sobre um mostrador opalino prateado tornam esse relógio prático para quem usa por ser extremamente legível. O azul safira do ponteiro fica com um efeito quando é atingido pelo reflexo da luz.

Quanto: A versão de entrada, em aço, com 42 milímetros, sai a partir de R$ 23.700 no site brasileiro da fabricante. Alguns modelos, confeccionados em metais preciosos, ultrapassam R$ 200 mil.

Minimalista: IWC Portugieser

A linha Portugieser surgiu nos anos 1930 por conta da encomenda ao relojoeiro suíço de dois colecionadores portugueses. Apesar de ser ostensivamente social, sempre foi fabricado em caixas de proporções de relógios esportivos. Nos últimos anos, vem sendo oferecido apenas em 40 mm, o que foi uma melhoria do ponto de vista de quem busca um relógio discreto e elegante.

Quanto: a partir de R$ 47.500 pela tabela de preços sugeridos pelo fabricante para revendedores brasileiros.

Tank: Cartier Tank MC

Louis Cartier, o fundador da marca, criou o Cartier Tank em 1917. É o modelo mais icônico da marca. O nome e o design do tanque homenageiam o Renault FT-17, um tanque francês usado durante a Primeira Guerra Mundial. Há versões no Brasil a partir de R$ 18.000, mas a versão escolhida aqui é Tank MC, movimento mecânico, com corda automática, com um submostrador com a complicação de small seconds às seis horas.

Quanto: R$ 47.100 na tabela da companhia para o consumidor brasileiro.

Relógios de até R$ 100.000

Na fileira de cima, a partir da esquerda: Rolex Datejust, IWC Pilot Chronograph 41, Hublot Classic Fusion, Rolex Submariner. Na fileira inferior:, Panerai Luminor GMT, Piaget Altiplano, Girard Perregaux 1966 e Jaeger LeCoultre Reversodfd

Casual: Rolex Datejust

O Datejust é um clássico da Rolex. Com o Oyster, a fabricante suíça foi quem forjou, pela primeira vez, uma coroa à prova d’água, em 1926, para a travessia a nado do Canal da Mancha. O cristal com aumento no mostrador de data veio depois, a partir da evolução do Oyster rumo ao Datejust. O modelo da foto, com caixa de 36 milímetros e luneta canelada, custa R$ 62.400, na tabela para o Brasil. O problema: a fila de espera pode levar mais de um ano porque, desde a pandemia, a procura pela marca é muito maior do que o número de peças disponíveis.

Aviador: IWC Pilot’s Cronograph 41 mm

O layout do mostrador com três contadores é altamente legível. O modelo de aço inoxidável é ergonômico e confortável. O relógio oferece algumas comodidades, como um sistema que torna muito simples a troca da pulseira para versões em couro.

Quanto: a partir de 7.900 francos suíços (R$ 40.600) no site global da fabricante (sem as taxas de importação e frete).

Cronógrafo: Hublot Classic Fusion, de titânio, 42 mm

Este Hublot Classic Fusion é fino, leve e elegante. O maquinário traz uma inovação no movimento de corda manual, que permite guardar o relógio por alguns dias e encontrá-lo ainda funcionando. Os dois submostradores não poluem o visual. Privilegiou-se aqui a versão de 42 milímetros (também está disponível na versão 45 mm). A caixa de titânio deixa o relógio tão leve que até dá para esquecer que há alguma coisa no pulso.

Quanto: Preço de entrada de 10.700 euros, no site da fabricante.

Mergulho: Rolex Submariner

O Submariner é um relógio esportivo que surgiu nos anos 1950, quando a Europa e os Estados Unidos viviam anos de intensa prosperidade após o apocalipse da Segunda Guerra Mundial. O relógio aparece no pulso de Sean Connery nas primeiras cenas de “007 contra o Satânico Dr. No” (1962). Ele também aparece com o personagem de Steve Carrell em “A Grande Aposta” (”The Big Short”, filme de Adam McKay), um gerente de hedge fund que foi um dos primeiros a apostar contra as hipotecas subprime, antes da crise de 2008. Ele usava um Submariner com roupa de trabalho.

Quanto: R$ 76.000 na tabela para o Brasil (como dito acima, ter esse dinheiro para comprar um relógio não significa que você vai encontrar um à venda nas lojas. Há Submariners usados sendo vendidos acima do preço de tabela de um novo).

GMT: Panerai Luminor GMT

Com caixa de 44 milímetros, este modelo de ponta da Panerai ainda é discreto. A caixa de cerâmica especial, com elementos de titânio, produziram um preto fosco elegante. O ex-premiê de Israel Benjamin Netanyahu usa há anos um Panerai Luminor, mas o modelo Marine.

Quanto: R$ 89.000, no site brasileiro da fabricante.

Minimalista: Girard Perregaux 1966

Modelo clássico da suíça Girard-Perregaux, o 1966 é um relógio bonito e simples, voltado para quem gosta de objetos sem tantos detalhes. Só recentemente a fabricante passou a disponibilizá-lo na versão de aço (antes era oferecido apenas nas versões de ouro), ficando mais “acessível”.

O 1966 é o paroxismo de como as aparências podem ser enganosas: abaixo do mostrador minimalista, há um complexo movimento produzido por 218 peças fabricadas artesanalmente e montadas à mão.

Quanto: versão de entrada a partir de US$ 9.100, no site global da fabricante.

Minimalista: Piaget Altiplano

Aqui no Brasil muita gente passou a prestar atenção nesse relógio porque o ex-presidente Lula tem um, mas a linha Altiplano é um sinônimo de relógio social ultrafino desde os anos 1950. Entusiastas acreditam que seja um dos melhores relógios para ocasiões sociais que existe em termos de tamanho, design e proezas técnicas. Discreto (caixa de 38 mm), finíssimo (6 mm de espessura). A versão mais minimalista pesa menos de 37 gramas, o que dá até pra esquecer que há algo preso ao pulso.

Quanto: US$ 12.000, nos sites internacionais.

Tank: Jaeger LeCoultre Reverso Duoface

O Reverso foi fabricado pela primeira vez em 1931. O relógio foi desenhado para oficiais britânicos na Índia. A caixa móvel permitia que o cristal e o mostrador ficassem protegidos durante a prática de esportes. Nesta variante, a Duoface, o Reverso tem um mostrador de cada lado, com acerto de dois fusos horários diferentes.

Quanto: A versão com uma complicação de small seconds custa R$ 73.000 no Brasil.

Como foi feita a lista

Esta lista foi composta levando em conta diferentes opiniões de usuários em fóruns especializados em relojoaria na internet e no Pinterest e críticas de publicações estrangeiras especializadas, como as americanas Hodinkee, Monochrome ou a franco-suíça Côte des Montres (por isso, por exemplo, privilegiou-se a versão co-axial do Speedmaster Moonwatch, da Omega, a outras existentes).

Quase todos os relógios são automáticos (maquinário mecânico, nada de pilhas), fruto do melhor talento humano a serviço de medir o tempo, exceto nas versões de entrada: neste caso, foram incluídos até o G-Shock 2100-a e o Casio DW-6600-b, modelos de entrada e casuais, que foram citados lateralmente no início da lista. Em alguns modelos, a exceção foi aberta porque são relógios bons e baratos. Relógios com movimento de quartzo também prevaleceram na categoria entre R$ 2.000 e R$ 5.000 em nome do custo-benefício.

Canais como o SeikoPHD, especializado em dissecar a tecnologia por trás de cada peça do fabricante japonês – especialmente a linha Grand Seiko, ainda pouco relacionada ao luxo na mente da maioria das pessoas –, ou a conta Ouriço de Cartola, no Twitter, que trata de estilo de vida e é a melhor divulgadora dos relógios de qualidade produzidos nos países da antiga Cortina de Ferro, também foram levados em consideração. Esta conta de Twitter, dedicada à joie de vivre por um proprietário que se mantém no anonimato, inspirou boa parte das escolhas até R$ 2.000.

Sobre os preços, priorizou-se o valor das revendas no Brasil. Quando essa informação não estava disponível, buscamos os preços em comerciantes de relojoaria do exterior com presença online e calculamos o imposto de importação para encaixá-lo na categoria de faixa de preço. O critério foi o do relógio novo, modelo de fabricação mais recente disponível.

O que ficou de fora: Por fim, cada escolha também representa uma renúncia. Fãs do Rolex provavelmente torcerão o nariz para a presença de “apenas” dois modelos da marca, o Datejust e o Submariner. O Air King, o Daytona e o Sea-Dweller são maravilhas da relojoaria e estão presentes em muitas coleções, mas aqui optou-se por privilegiar o custo-benefício do maquinário.

Não foram listados o Patek Philippe Calatrava ou o A. Lange & Söhne 1815 Up/Down (usado pelo Vladimir Putin). Ambos podem ser encontrados a partir de US$ 30 mil no exterior em suas versões de entrada, o que excede o limite de R$ 100 mil para elaborar a lista. O do autocrata russo, em platina e de uma série especial, custa algumas centenas de milhares de euros.

Se o leitor tiver sugestões de modelos a serem considerados dentro das faixas de preço ou se simplesmente estiver inconformado com determinada escolha, o autor da reportagem está pronto para receber mensagens por e-mail (graciliano@bloomberglinea.com).

--Este artigo não reflete necessariamente a opinião dos conselhos editoriais da Bloomberg Línea, da Falic Media ou da Bloomberg LP e de seus proprietários.

-- Este artigo foi atualizado para refletir com mais precisão as definições de estilo.

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Graciliano Rocha

Editor da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista formado pela UFMS. Foi correspondente internacional (2012-2015), cobriu Operação Lava Jato e foi um dos vencedores do Prêmio Petrobras de Jornalismo em 2018. É autor do livro "Irmã Dulce, a Santa dos Pobres" (Planeta), que figurou nas principais listas de best-sellers em 2019.

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