Arábia Saudita planeja maior empreendimento imobiliário da história

Oriente Médio já é lar do prédio mais alto do mundo, o Burj Khalifa, que mede 828 metros e está localizado em Dubai

Projeto será considerado revolucionário quando for apresentado
Por Vivian Nereim
05 de junio, 2022 | 02:14 PM

Bloomberg — A Arábia Saudita vem planejando os maiores edifícios do mundo em uma parte desabitada do país como parte de uma nova incorporação de US$ 500 bilhões chamada Neom, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

PUBLICIDAD

A Neom, idealizado pelo Príncipe Herdeiro e governante Saudita Mohammed bin Salman, planeja construir arranha-céus gêmeos de cerca de 500 metros de altura que se estendem por dezenas de quilômetros, segundo as fontes.

Os arranha-céus seriam mistura de espaços residenciais, comerciais e escritórios que iriam desde a costa do Mar Vermelho até ao deserto, disseram as fontes, pedindo para não serem identificadas pois as informações são privadas. O plano se afasta do conceito anunciado no ano passado, constituído por uma série de empreendimentos ligados por uma linha férrea subterrânea de alta velocidade, e se aproxima de uma estrutura longa e contínua, segundo as pessoas.

PUBLICIDAD

Os designers foram orientados a trabalhar em um protótipo com quase um quilômetro de comprimento, disseram funcionários atuais e antigos do Newom. Se o projeto avançar, cada estrutura seria maior do que os atuais edifícios mais altos do mundo, cuja maioria são fábricas ou centros comerciais em vez de comunidades residenciais.

Anunciado em 2017, a Neom é o plano do Príncipe Mohammed para transformar uma região remota do país em uma área semiautônoma de alta tecnologia que reimagine a vida urbana. Atrair investimento estrangeiro e ajudar a diversificar a economia da Arábia Saudita para além do petróleo faz parte de seus planos. A The Line – como é conhecida a cidade linear base da Neom – pode custar até US$ 200 bilhões, disse o príncipe no ano passado, antes de o plano mudar de forma a incluir gigantescos prédios horizontais.

PUBLICIDAD

“A The Line é uma ideia completamente nova”, disse o CEO da Neom, Nadhmi Al-Nasr, que não quis comentar os detalhes do plano. “O que apresentaremos quando estivermos prontos será muito bem recebidos e será visto como revolucionário”.

Os edifícios teriam “alturas diferentes”, adaptando-se à paisagem, e sua dimensão final seria determinada por dados de engenharia e pelo terreno, disse Al-Nasr.

O Oriente Médio já abriga o prédio mais alto do mundo, o Burj Khalifa, em Dubai. Muito antes da ascensão do príncipe Mohammed, o príncipe saudita Alwaleed Bin Talal havia anunciado planos para construir o edifício mais alto do mundo, perto de Jeddah. O arranha-céu ainda não foi terminado.

PUBLICIDAD

Parte do lucro financeiro da Arábia Saudita com os preços mais altos de petróleo deve acabar indo para a construção da Neom. Funcionários do governo disseram que um beneficiário do excedente pode ser o Fundo de Investimento Público, presidido pelo Príncipe Mohammed e o proprietário da Neom.

No entanto, dinheiro ainda não é um problema para a Neom. Em vez disso, foram levantadas questões sobre a viabilidade dos projetos depois de vários outros projetos de incorporação gigantescos destinados a reforçar a diversificação econômica no passado não irem para a frente. O Fundo de Investimento Público está tentando transformar um bloco de escritórios no norte de Riade – que custou bilhões e foi encomendado em um governo anterior – em um centro financeiro.

PUBLICIDAD

Na esperança de evitar um destino semelhante, a The Line será construída segundo a demanda, disseram as pessoas envolvidas no projeto.

“Quando as pessoas falam sobre a The Line, elas enxergam uma entidade futurista de Star Wars”, disse Ali Shihabi, membro do conselho consultivo da Neom. “Mas quando a The Line foi apresentada à diretoria, vi uma cidade moderna e inteligente, bem pensada e sustentável que receberá de operários a bilionários e que será construída em etapas, portanto, seguirá a demanda”.

PUBLICIDAD

--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

Veja mais em Bloomberg.com

PUBLICIDAD

Leia também

30 gestores revelam os 3 setores preferidos neste momento na bolsa

Últimas BrasilOriente MédioDubaiArabia Saudita
PUBLICIDAD