Mercados

Ibovespa segue mudança em NY e cai após petróleo passar US$ 100

O petróleo WTI voltou a ser negociado acima de US$ 100 o barril alimentando as preocupações com a alta da inflação

Dólar cai a R$ 4,68 e Ibovespa vira seguindo bolsas dos EUA
12 de Abril, 2022 | 03:58 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) passou a cair na tarde desta terça com a piora no humor internacional após o petróleo voltar a ser negociado acima de US$ 100 o barril, alimentando as preocupações com a alta da inflação. O dólar manteve a trajetória de baixa, negociado na casa de R$ 4,68, com queda de 0,3%.

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As bolsas de Nova York chegaram a operar no azul até o início da tarde após os chamados núcleos do CPI (Índice de Preços ao Consumidor) de março virem abaixo das previsões dos analistas. Os ganhos, no entanto, cederam com a alta do petróleo esfriando os ânimos em Wall Street antes do início da temporada de resultados financeiros que começa nesta quarta.

O CPI (Índice de preços ao consumidor dos EUA) subiu em março pelo maior nível desde o final de 1981, reforçando as expectativas de que o Federal Reserve aumentará as taxas de juros em meio ponto no próximo mês. Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, os chamados núcleos de preços aumentaram 0,3% em relação ao mês anterior e 6,5% em relação ao ano anterior, ambos abaixo do projetado e devido em grande parte à maior queda nos preços de veículos usados desde 1969.

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Com traders avaliando as perspectivas de demanda na China após a flexibilização de algumas restrições no centro financeiro de Xangai, o petróleo se recuperava e tinha alta da ordem de 6,7 na tarde desta terça, com o tipo Brent negociado próximo dos US$ 105 o barril.

Ontem, o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto admitiu “surpresa” com os últimos dados de inflação, o que foi interpretado pelo mercado como possibilidade de aumento de juros depois de maio. Segundo Campos Neto, a autoridade monetária vai analisar se as surpresas no IPCA divulgado sexta mudam tendência, e “comunicar no momento mais apropriado”

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Na agenda do dia, o volume de serviços no Brasil teve queda de 0,2% entre janeiro e fevereiro de 2022, a segunda taxa negativa consecutiva. Com isso, o setor ficou 5,4% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 7% abaixo de novembro de 2014, o ponto mais alto da série histórica.

“Os dados ainda vão incorporar a alta dos juros nos próximos meses, ou seja, tendem a continuar relativamente fracos na margem. Mais um desafio à autoridade monetária que terá que conciliar crescimento baixo com juros em alta”, avalia André Perfeito, economist-chefe da Necton.

Confira o desempenho dos mercados na tarde desta terça-feira (12):

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  • O Ibovespa recuava 0,5%, por volta das 15h55 (horário de Brasília), negociado aos 116.357 pontos;
  • O dólar à vista recuava 0,3%, negociado a R$ 4,677;
  • Entre os contratos de juros futuros, o DI para janeiro de 2023, que reflete a política monetária este ano, subia de 13,085% para 13,10%. Já o DI para janeiro de 2025 recuava de 11,97% para 12,04%;
  • Nos EUA, o índice Dow Jones (INDU) caía 0,1%, o S&P 500 (SPX) recuava 0,3%, enquanto o Nasdaq 100 tinha baixa de 0,3%

De acordo com a Organização Mundial do Comércio, a guerra da Rússia na Ucrânia retardará a recuperação emergente da economia mundial da pandemia, reduzirá o comércio de mercadorias e potencialmente levará a uma fragmentação mais ampla do comércio global.

-- Atualizado às 15h57 com cotações mais recentes

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Com informações da Bloomberg News

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Mariana d'Ávila

Mariana d'Ávila

Redatora na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.

Toni Sciarretta

Toni Sciarretta

News director da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista com mais de 20 anos de experiência na cobertura diária de finanças, mercados e empresas abertas. Trabalhou no Valor Econômico e na Folha de S.Paulo. Foi bolsista do programa de jornalismo da Universidade de Michigan.

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