Genial/Quaest: Bolsonaro para de crescer após três meses; Lula mantém liderança

Segundo a pesquisa, perdão a Daniel Silveira e piora na situação econômica fizeram intenções de voto no presidente estagnarem

Piora na percepção da economia e perdão a Daniel Silveira fizeram intenções de voto em Bolsonaro pararem de crescer depois de três meses de alta, segundo pesquisa da Genial/Quaest
11 de mayo, 2022 | 10:55 AM

Bloomberg Línea — A pesquisa de maio Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (11), mostrou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) parou de crescer depois de três meses em ascensão enquanto o ex-presidente Lula (PT) se manteve estável na liderança.

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Segundo a pesquisa, Lula está com 46% das intenções de voto e Bolsonaro, 31%. A rejeição ao presidente, no entanto, caiu de 66%, em fevereiro, para 59% em maio. A rejeição ao petista se manteve estável em 43%.

Nas intenções de voto, Ciro Gomes (PDT) está em terceiro lugar, com 7%, seguido por João Doria (PSDB), que tem 3%, André Janones (Avante), também com 3%, e Simone Tebet (MDB), que tem 1%.

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Para a Quaest, Bolsonaro estacionou por dois motivos: a piora na percepção do eleitor em relação à economia e rejeição ao embate do presidente com o Supremo Tribunal Federal (STF) por causa do perdão concedido ao deputado Daniel Silveira (PL-RJ), condenado a oito anos e nove meses de prisão pela corte.

De acordo com a pesquisa, 50% dos entrevistados apontaram a economia como o principal problema do país, enquanto saúde e pandemia foram citadas por 13% dos eleitores. Em fevereiro deste ano, 35% disseram que a economia era o principal problema e 27% citaram saúde e pandemia.

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E entre os que citaram a economia como o maior problema, 18% citaram a inflação como o principal fator — empate técnico com os 19% que citaram a “crise econômica”.

O IBGE divulgou nesta quarta os dados do IPCA, que mede a inflação. A inflação de abril ficou em 1,06%, a maior para o mês desde 1996, e depois de alta de 1,62% em março. De abril do ano passado a abril deste ano, a alta foi de 12,13%, ante 11,3% registrada nos 12 meses imediatamente anteriores.

E, segundo a Quaest, “a economia vem influenciando diretamente as eleições”. Para 62% dos eleitores, a situação econômica piorou no último ano — embora 52% acreditem que ela vai melhorar. E 59% disseram ter dificuldades para pagar as contas nos últimos três meses.

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Os eleitores também rejeitaram o perdão concedido por Bolsonaro a Daniel Silveira. Segundo a pesquisa, 59% dos pesquisados tomaram conhecimento do fato e 45% consideraram que o presidente agiu errado.

Entre os eleitores de Bolsonaro, no entanto, 64% acham que ele agiu certo. Na interpretação de Felipe Nunes, CEO da Quaest, o perdão ao deputado atraiu o eleitor radical que já apoia o presidente, mas afastou o eleitor moderado, que não vota nem em Lula nem em Bolsonaro, conforme disse no Twitter. Entre os eleitores “nem nem”, 54% reprovaram o perdão a Daniel Silveira.

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Ao mesmo tempo, a desconfiança do eleitor na urna eletrônica, um dos alvos preferenciais de ataques por parte de Bolsonaro em seus discursos, caiu: em setembro do ano passado 27% disseram não confiar no equipamento; em maio deste ano, essa cifra foi de 22%. A confiança na urna saiu de 41% para 40%.

A pesquisa ouviu 2 mil pessoas em domicílio entre os dias 5 e 8 de maio. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no TSE sob o protocolo BR-01603/2022.

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Pedro Canário

Repórter de Política da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero em 2009, tem ampla experiência com temas ligados a Direito e Justiça. Foi repórter, editor, correspondente em Brasília e chefe de redação do site Consultor Jurídico (ConJur) e repórter de Supremo Tribunal Federal do site O Antagonista.

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