Medidas contra covid na China derrubam bolsas e Ibovespa recua

Temores de restrições mais amplas em Pequim elevam tom de aversão ao risco em todo o mundo na sessão de hoje; o dólar sobe

Um amplo indicador de ações chinesas caiu para o menor nível em quase dois anos
25 de abril, 2022 | 12:28 PM

Bloomberg Línea — O principal índice da Bolsa de São Paulo (IBOV) opera no vermelho na sessão desta segunda-feira (25), seguindo o movimento dos mercados acionários no exterior, com as medidas de restrição contra covid na China elevando a aversão ao risco.

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Temores de restrições mais amplas em Pequim estão assustando os investidores que já estão preocupados com o risco de uma desaceleração global à medida que o Fed aumenta as taxas para controlar a inflação. Um amplo indicador de ações chinesas caiu para o menor nível em quase dois anos, já que os formuladores de políticas colocaram algumas áreas da capital sob bloqueio em meio à firme adesão do governo à sua política de Covid-zero.

O calendário de balanços americano é mais um fator no radar dos mercados externos, com expectativas de resultados da Amazon (AMZN) e Apple (AAPL) para os próximos dias.

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As commodities também recuam sob este cenário, o que puxa papéis de grande peso do Ibovespa, como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3) e (PETR4) para baixo. Grandes bancos como Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) também recuam e pesam no índice.

  • Perto das 13h15, o Ibovespa caía 1,56%, a 109.344 pontos
  • O dólar subia 2,80% a R$ 4,83
  • Nos EUA, o Dow Jones caía 0,75%, o S&P 500, 1,01%, e o Nasdaq, 0,18%

Contexto

A preocupação de que a estrita adesão da China à política de covid zero prejudique ainda mais a economia arrastou as negociações do petróleo e do minério de ferro nesta segunda-feira (25), e também desencadeou uma onda de compras de última hora, já que os moradores de Pequim – com medo de serem pegos desprevenidos no caso de restrições mais sérias na cidade – correram para estocar alimentos e outros suprimentos depois que o governo anunciou planos de testes em massa e colocou algumas áreas sob bloqueio total.

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A cidade de mais de 20 milhões de pessoas que também é o centro político do país bloqueou partes do distrito de Chaoyang, embora os supermercados permaneçam abertos, com planos para aliviar as restrições depois que os moradores concluírem um regime de testes em 27 de abril. O porta-voz do governo da cidade de Pequim, Xu Hejian, disse na sexta-feira (22) que o atual surto é “complexo e furtivo”, e prometeu tomar mais medidas para impedir a propagação do vírus.

Na cena doméstica, o Ministério da Economia informou que o ministro Paulo Guedes testou positivo para covid-19 e irá cancelar seus compromissos presenciais desta semana. Guedes, de 72 anos, estava em Washington, nos Estados Unidos, na última semana e tem sintomas leves da doença, conforme comunicado enviado pela pasta.

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Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.

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