Mercados iniciam no azul semana que jogará luz na inflação e nos bancos centrais

Líderes das mais relevantes autoridades monetárias se reúnem em Portugal esta semana; renda variável começa em alta, enquanto bônus do Tesouro recuam

As variáveis que orientarão os mercados
27 de junio, 2022 | 05:19 AM

Barcelona, Espanha — Os bancos centrais voltam ao centro do palco esta semana. De hoje a quarta-feira, líderes das mais importantes autoridades monetárias mundiais, entre eles Jerome Powell e Christine Lagarde, estarão reunidos em Sintra (Portugal), em um evento anual organizado pelo Banco Central Europeu (BCE), para tratar dos desafios em um cenário que não só mudou drasticamente, como reserva muita incerteza.

PUBLICIDAD

Depois de uma sexta-feira de muito otimismo, as ações globais davam sequência, nesta manhã, à onda compradora. Na Europa, as ações de mineradoras lideraram os ganhos do Stoxx 600. Nos Estados Unidos, os contratos futuros avançavam com o impulso das ações de tecnologia.

O rebalanceamento das carteiras trimestrais de investidores institucionais também poderia estar ajudando o mercado de renda variável, em um contexto em que os investidores avaliam se a inflação está chegando ao teto e se a recessão pode ser evitada.

PUBLICIDAD

Os títulos do Tesouro perdiam valor, com prêmios subindo para a casa dos 3,14% no caso das notas de 10 anos dos EUA. Os prêmios recuaram dos máximos de junho em relação às preocupações de crescimento, mas se isso marca o fim do mercado baixista dos títulos do Tesouro, este é um debate candente.

→ Leia o Breakfast, uma newsletter da Bloomberg Línea: Startups no ‘modo sobrevivência’

PUBLICIDAD

As cotações dos metais industriais se recuperavam: uma melhora na economia chinesa em meio à flexibilização das restrições da Covid melhora o sentimento em relação às matérias primas.

No âmbito empresarial, as ações da Prosus NV deram um salto ante os planos da empresa de vender mais de sua participação de US$ 134 bilhões na gigante chinesa da internet Tencent Holdings Ltd. para financiar um programa de recompra, revertendo um compromisso de manter a participação integral.

→ Outros fatores que movem os mercados

🇷🇺 Rússia no radar. Além dos pronunciamentos de quem decide quanto custará o dinheiro no mundo, o mercado estará atento também aos desdobramentos do primeiro calote internacional da Rússia em mais de 100 anos. Um período de carência de cerca de US$ 100 milhões em pagamentos de títulos - bloqueados por causa de amplas sanções - terminou na noite deste domingo (26). Esse é um marco sombrio para Rússia, que dado os bloqueios que lhe foram impostos pela sua invasão à Ucrânia, se tornou rapidamente um pária econômico, político e financeiro em quase todo o mundo.

PUBLICIDAD

📊 Inflação e outros dados. No front macroeconômico, hoje saem os pedidos de bens duráveis nos EUA, que darão outra medida da temperatura da maior economia mundial. Durante a semana, dados de inflação despertarão o interesse nos EUA e na Europa. Seguirão para o alto? A maioria dos analistas acredita que a corda esteja tensionada.

➡️ Nova temporada. Vêm aí os primeiros balanços do segundo trimestre, hoje apresentados por Nike, Prosus, Naspers e L’Occitane. Os operadores buscam respostas: a fórmula inflação alta + juros crescentes já estará afetando os números das empresas?

PUBLICIDAD
Um panorama do comecinho da manhã de segunda-feiradfd
🟢 As bolsas na sexta-feira: Dow Jones Industrials (+2,68%), S&P 500 (+3,06%), Nasdaq Composite (+3,34%), Stoxx 600 (+2,62%), Ibovespa (+0,60%)

Os investidores se animaram com a pesquisa da Universidade de Michigan sobre as expectativas de inflação de longo prazo dos consumidores, que diminuíram em relação a um máximo de 14 anos projetado inicialmente. Os entrevistados esperam que a inflação aumente 3,1% nos próximos cinco a 10 anos, frente a uma leitura preliminar de 3,3%. O S&P 500 subiu 3,06%, no seu melhor dia desde maio de 2020, com um ganho semanal de 6,5%, o maior em quase um mês. James Bullard, presidente do Fed de St. Louis, adicionou mais otimismo ao dizer que uma recessão nos EUA era pouco provável.

Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Pedidos de Bens Duráveis/Mai, Vendas Pendentes de Moradias/Mai, Índice de Atividade das Empresas Fed Dallas/Jun

PUBLICIDAD

Europa: Alemanha (Vendas no Varejo/Mai, Preços de Bens Importados/Mai); Espanha (IPP)

Ásia: Japão (Indicador Coincidente/Mai); Hong Kong (Balança Comercial)

PUBLICIDAD

América Latina: Brasil (Boletim Focus, Fluxo Cambial Estrangeiro); México (Balança Comercial/Mai)

Bancos centrais: Relatório Mensal do Banco Central da Alemanha. Pronunciamentos de Christine Lagarde (presidente do BCE), Isabel Schnabel (BCE) e John Williams (FOMC/Fed)

PUBLICIDAD

📌 Para a semana:

Terça-feira: Pronunciamento da dirigente do Fed de São Francisco, Mary Daly

Quarta-feira: PIB dos EUA e discursos de presidentes em evento do Banco Central Europeu: Christine Lagarde (BCE), Jerome Powell (Fed) e Andrew Bailey (BoE). Loretta Mester (Fed Cleveland) e James Bullard (Fed St Louis) também têm previstos pronunciamentos.

PUBLICIDAD

Quinta-feira: PMI da China. Renda do consumidor americano, deflator PCE, reivindicações iniciais de seguro-desemprego

Sexta-feira: CPI da Zona Euro; gastos com construção nos EUA, Índice ISM de Manufatura

(Com informações da Bloomberg News)

MercadosÚltimas BrasilEuropaEstados UnidosNo radar dos mercadosBloomberg Línea
Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.

PUBLICIDAD