Mercados se esforçam por subir; olhar se dirige a balanços e trajetória dos bônus

Na Europa, as bolsas operam positivas desde a abertura; Futuros de S&P e Dow lutam para se manter no positivo, mas contratos de Nasdaq se rendem a queda da Netflix

As variáveis que orientarão os mercados
20 de abril, 2022 | 07:32 AM

Barcelona, Espanha — Os mercados norte-americanos, cujo tom havia se deteriorado desde o fechamento de ontem, se esforçam por situar-se no campo positivo. Mas os resultados da Netflix, cujas ações chegaram a cair cerca de 27% antes da abertura das bolsas, esfriaram os ânimos dos investidores nas primeiras horas do dia. Na Europa, entretanto, movimento de compras supera o de vendas desde a abertura das bolsas.

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⇒ Os principais vetores para os mercados hoje são os balanços corporativoso comportamento do mercado de títulos soberanos.

Subiam discretamente os contratos atrelados ao S&P e ao Dow Jones. Já os futuros de Nasdaq se mantinham no vermelho, pressionados, sobretudo, pela Netflix, que perdeu assinantes pela primeira vez desde 2011. Há uma melhora da cotação dos títulos do Tesouro norte-americano, parte pela aposta de alguns gestores de recursos, como o Bank of America e a Nomura Asset Management, de que o medo da inflação foi longe demais. O banco norte-americano estima que a inflação alcançará um pico neste trimestre e cairá de forma constante em 2023.

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O indicador europeu Stoxx 600 subia, com os investidores atento ao balanços corporativos e ao segundo turno, no domingo, das eleições presidenciais da França. Hoje a Danone SA e a Heineken NV informaram um aumento nas ventas em sete anos.

🔥 Bônus roubam a cena

O rendimento real dos bônus do Tesouro norte-americano de 10 anos tornou-se positivo pela primeira vez desde março de 2020. Isso não só aponta para condições de financiamento mais restritivas, mas também pode ofuscar a atratividade de investimento em ativos como ações. Os prêmios dos bônus continuam como um dos principais motores do sentimento dos investidores.

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🇨🇳 China mantém juros

No front microeconômico, a China manteve nesta madrugada os juros de seus empréstimos pela terceira vez seguida. A taxa principal para concessões de um ano foi mantida em 3,7%. Nove dos 16 economistas consultados pela Bloomberg esperavam um corte. A taxa de cinco anos, uma referência para empréstimos de longo prazo, incluindo hipotecas, permaneceu inalterada em 4,6%. O país tem priorizado a expansão econômica, sobretudo agora que precisou restringir a mobilidade devido a novos contágios por covid-19.

📊 A macro

Entre os dados macro que saíram esta manhã, destaque para os preços industriais de março na Alemanha, que subiram nada menos que 30,9%. A cifra supera a estimativa dos analistas, que era de +28,2% para o período, e a leitura de fevereiro (+25,9%). As vendas de automóveis na União Europeia em março também desapontaram: houve uma queda de 20,5% em 12 meses de de 12,3% no acumulado do ano.

→ Leia também o Breakfast, uma newsletter da Bloomberg Línea: Rainha do streaming perde súditos

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Assim se movimentam os mercados esta manhãdfd

🟢 As bolsas ontem: Dow Jones (+1,45%), S&P 500 (+1,61%), Nasdaq Composite (+2,15%), Stoxx 600 (-0,77%), Ibovespa (-0,55%)

As bolsas dos EUA se recuperaram das perdas de segunda-feira, com a valorização abrangendo praticamente todos os setores. Os balanços corporativos sustentaram o bom humor. Até o fechamento de ontem, 79% das empresas surpreenderam positivamente com suas demonstrações financeiras, segundo pesquisa da Bloomberg.

Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: Reuniões do FMI; Livro Bege; Pedidos de Hipotecas MBA; Juros de Hipotecas de 30 anos; Índice de Compras MBA; Vendas de Casas Usadas/Mar; Atividade das refinarias de Petróleo pela EIA; Estoques de Petróleo Bruto; Estoques de Gasolina

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• Europa: Zona do Euro (Produção Industrial/Fev; Balança Comercial); Alemanha ( IPP/Mar); Reino Unido, Alemanha e França (Licenciamento de Veículos/Mar); França (O presidente francês Emmanuel Macron e a Marine Le Pen debatem esta noite antes das eleições presidenciais de domingo)

• Ásia: Japão (Índice de Atividade da Indústria Terciária)

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• América Latina: Brasil (Receita Tributária Federal); Argentina (Balança Comercial)

• Bancos centrais: Discursos de Mary Daly (FOMC/Fed), Charles Evans (Fed de Chicago), Joachim Nagel (presidente do Bundensbank)

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• Balanços: Tesla, Procter&Gamble, Abott Labs, BHP Biilliton, Heineken NV, Danone, Baker Hughes, Telstra Corporation, Nasdaq, Carrefour, Alcoa, Usiminas, United Airlines, Accor

📌 E para amanhã:

• Feriado no Brasil (Dia de Tiradentes)

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• EUA: Reuniões do FMI; Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego; Índice de Atividade Industrial Fed Filadélfia/Abr; Índice de Condições Empresariais do Fed Filadélfia/Abr; Relatório de Empregos Fed Filadélfia/Abr; Índice de Indicadores Antecedentes dos EUA/Mar; Estoque de Gás Natural

• Europa: Zona do Euro (IPC/Mar; Produção do Setor de Construção/Fev; IHCP excluindo Energia e Alimentos/Mar; Confiança do Consumidor/Abr); França (Pesquisa em Empresas/Abr); Reino Unido (Confiança do Consumidor GfK)

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• Ásia: Hong Kong (Taxa de Desemprego/Mar); Japão (IPC Nacional/Mar; PMI Industrial/Abr; PMI de Serviços)

• América Latina: Argentina (Atividade Econômica/Fev)

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• Bancos centrais: Discursos de Jerome Powell (presidente do Fed), Christine Lagarde (presidente do BCE), Andrew Bailey (presidente do BoE), Anna Sweeney e Catherine Mann (BoE);

• Balanços: Nestle, AT&T, Philip Morris, Blackstone Group, Anglo American, Dow, Astra, Akzo Nobel, American Airlines, Nielsen, Xerox, Danaher, NextEra Energy, Union Pacific

--Com informações da Bloomberg News

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Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.

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