Metade de Xangai entra em lockdown esperando zerar casos de covid-19

Região ocidental da cidade começa a cumprir medidas de restrição de mobilidade pelos próximos quatro dias

Estratégia do governo de Xangai é paralisar metade da cidade por vez em lockdowns alternados
Por Bloomberg News
01 de abril, 2022 | 03:29 PM

Bloomberg — O lockdown em Xangai é dividido em duas regiões e agora ele acontece na metade ocidental da cidade, onde 16 milhões de pessoas estarão confinadas em suas casas por causa do aumento de casos de covid-19. Um dos principais especialistas em vírus na China diz que o país ainda pode retornar a zero infecções.

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Residentes da parte ocidental do centro financeiro chinês, onde vivem cerca de dois terços da população de Xangai, começaram ter de cumprir as restrições de circulação na madrugada desta sexta-feira (1º), e a baixa mobilidade deve se estender por quatro dias. O lockdown acontece logo após o fim das restrições na parte leste da cidade. Durante o período, os moradores são impedidos de sair de casa, a menos que seja para fazer os testes obrigatórios de covid, que estão sendo realizados de forma generalizada.

Ma Chunlei, secretário-geral da cidade, disse, na quinta-feira (31), que o novo lockdown será mais complicado que o primeiro, devido ao maior número de pessoas e à maior extensão da área.

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Xangai foi o epicentro do pior surto do novo coronavírus na China desde os primeiros dias da pandemia. As infecções diárias da cidade aumentaram de menos de cinco, no início de março, para quase 6 mil no início desta semana, embora tenham recuado posteriormente. A disseminação da cepa ômicron em Xangai é o maior teste até agora para a meta do presidente Xi Jinping de eliminar o vírus e minimizar os impactos econômicos e sociais de uma estratégia Covid Zero.

Covid Zero

Wu Zunyou, epidemiologista-chefe do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, reiterou na sexta-feira a posição do governo chinês de zerar completamente as infecções de covid-19, apesar do aumento de casos nos últimos dias.

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Conforme disse em entrevista coletiva em Pequim, a rápida disseminação da ômicron, juntamente com uma parcela significativa de infecções assintomáticas, significa que a estratégia Covid Zero é “mais difícil e requer mais tempo”.

“Mas, enquanto formos firmes, consistentes e rápidos na implementação do controle em todas as esferas, definitivamente alcançaremos o Covid Zero”, disse Wu, que também alertou contra viagens de longa distância e pediu distanciamento social no próximo festival de reverência aos mortos, quando os cemitérios costumam ficar lotados.

As infecções por Covid na China continental superaram 100 mil em março e foram registradas em 29 dos 31 municípios do país. Xangai e a província de Jilin, no nordeste, que também está em lockdown, foram responsáveis por cerca de 80% dos casos, segundo dados oficiais.

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