Opep+ deve manter plano de produção apesar de veto da União Europeia à Rússia

Níveis globais de oferta e demanda de petróleo permanecem estáveis, sem interrupção grave ainda nas exportações russa

Rali alimenta a pressão inflacionária que ameaça levar a economia global à recessão e uma crise de custo de vida
Por Grant Smith - Ben Bartenstein e Salma El Wardany
31 de mayo, 2022 | 11:46 AM

Bloomberg — A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) provavelmente manterá seus planos de produção de petróleo esta semana, mesmo com a União Europeia prestes a vetar embarques marítimos da Rússia, disseram autoridades do cartel.

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Os níveis globais de oferta e demanda de petróleo permanecem estáveis, sem interrupção grave ainda nas exportações russas e, portanto, exigem pouca ação da aliança Opep+ de 23 países, incluindo a Rússia, segundo as autoridades.

Com a maioria dos membros, exceto a Arábia Saudita e seus vizinhos, enfrentando dificuldade para aumentar a produção, as decisões do grupo se tornam em boa parte simbólicas.

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O preço do petróleo continua a subir e chegou a ultrapassar US$ 124 por barril em Londres nesta terça-feira. O embargo planejado pela UE vai apertar um mercado global já pressionado pelo aumento do consumo de combustível e oferta limitada.

O rali alimenta a pressão inflacionária que ameaça levar a economia global à recessão e uma crise de custo de vida que atinge consumidores em todo o mundo.

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Custos em espiral representam um risco político crescente para o presidente dos EUA Joe Biden, que fez um apelo à Opep para abrir as torneiras e cogita uma visita à Arábia Saudita para tentar reparar relações diplomáticas desgastadas.

Mas Riad e seus parceiros - que ainda detêm vários milhões de barris de capacidade ociosa - até agora permaneceram impassíveis.

A Opep já “fez tudo o que pode” para estabilizar os mercados globais, que não enfrentam déficit de petróleo, disse o ministro das relações exteriores da Arábia Saudita, o príncipe Faisal bin Farhan, semana passada no Fórum Econômico Mundial em Davos.

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Os preços são impulsionados não pela escassez de petróleo, mas pela falta de capacidade de refino nas nações consumidoras para produzir combustíveis como gasolina, disse o ministro de energia saudita príncipe Abdulaziz bin Salman no início deste mês.

Com isso, a Opep+ parece pronta para protocolar um modesto aumento de 430.000 barris por dia em julho, como previsto no plano de aumentos graduais para recuperar a produção interrompida durante a pandemia. Onze dos 13 operadores de mercado e analistas consultados pela Bloomberg previram esse resultado quando a aliança se reunir online na quinta-feira.

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Na prática, a maioria espera que o grupo se esforce para entregar metade do aumento planejado – se muito – já que a diminuição de investimentos e a instabilidade política prejudicam a capacidade produtiva de muitos membros. Angola e Nigéria sofreram alguns dos mais graves reveses de produção.

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