Petróleo caminha para a mais longa sequência de ganhos mensais desde 2018

Somada à guerra, em abril a volatilidade da commodity foi agravada pelo surto de covid-19 na China e um aumento do dólar americano

Os futuros do petróleo tipo WTI subiram para quase US$ 106 o barril nesta sexta (29) e ficaram cerca de 6% mais altos em abril
Por Elizabeth Low - Alex Longley
29 de abril, 2022 | 09:07 AM

Bloomberg — O petróleo está prestes a atingir seu quinto ganho mensal após um período tumultuado de negociações que viu os preços da commodity serem atingidos pelas consequências da guerra da Rússia na Ucrânia e o ressurgimento de uma onda de casos da covid-19 na China.

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Os futuros do West Texas Intermediate (WTI) subiram para quase US$ 106 o barril nesta sexta-feira (29) e ficaram cerca de 6% mais altos em abril. Com a guerra entrando no terceiro mês, a Alemanha sinalizou que não se oporia a um embargo da União Europeia ao petróleo russo, mas expressou ceticismo de que é o meio mais eficaz de prejudicar o presidente Vladimir Putin através de sanções.

O surto de covid na China adicionou outra fonte de volatilidade aos índices. Os líderes do país prometeram aumentar os estímulos econômicos para estimular o crescimento, mas os bloqueios relacionados ao vírus aumentaram os estoques de petróleo e colocaram o maior importador de petróleo do mundo no caminho do maior impacto na demanda desde os primeiros dias da pandemia.

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“Todos os olhos estão voltados para a União Europeia, que aparentemente está mais perto de impor uma proibição total às importações de petróleo russo”, disse o analista da PVM Oil Associates, Stephen Brennock. “O resultado é que o equilíbrio global do petróleo ficará consideravelmente apertado durante o período de verão [no hemisfério norte].”

À medida que o caminho para um possível embargo ao petróleo russo ficou mais claro, a estrutura do mercado de petróleo se firmou. Na quinta-feira (28), o WTI era negociado em sua maior retardação - o que indica uma oferta apertada.

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Preços

• O WTI para entrega em junho subiu 1,3% para US$ 106,68 o barril na Bolsa Mercantil de Nova York às 10h39 em Londres;

• Os futuros subiram 6% este mês;

• O Brent para liquidação de junho, que expira nesta sexta-feira, ganhou 1,9%, para US$ 109,63 na ICE Futures Europe;

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• O contrato de julho mais ativo subiu 1,6%, para US$ 108,94;

O petróleo flutuou em torno de US$ 100 o barril ao longo de abril e seu quinto ganho mensal será a mais longa sequência de vitórias desde janeiro de 2018. Em abril, a volatilidade desde o início da guerra foi agravada por um surto significativo de covid-19 na China e um aumento do dólar americano, tornando os preços das mercadorias cotadas na moeda menos atraentes.

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Enquanto isso, os futuros do diesel em Nova York saltaram até 2,1% na quinta-feira (28), para o nível mais alto em dados desde 1986, antes do vencimento do contrato na sexta-feira (29). O diesel tornou-se o combustível mais procurado do mundo, à medida que os compradores competem por suprimentos das refinarias da Costa do Golfo dos EUA, que aumentaram para preencher a lacuna deixada pela Rússia.

– Esta notícia foi traduzida por Melina Flynn, Content Producer da Bloomberg Línea.

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