União Europeia alertará China sobre danos se ajudar a Rússia

UE não planejava explicitar consequências a fim de manter uma estratégica ambiguidade, mas sanções podem ser incluídas

Vladimir Putin e Xi Jinping em Pequim em 4 de fevereiro
Por John Follain - Alberto Nardelli e Jorge Valero
01 de abril, 2022 | 09:52 AM

Bloomberg — Líderes da União Europeia pretendem alertar o presidente Xi Jinping que a China prejudicará sua posição no mundo se der ajuda econômica ou militar à Rússia. Essa mensagem clara desafiará o compromisso de Pequim de impedir que a guerra prejudique seu relacionamento com Bruxelas.

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que a China tem “responsabilidade especial” de exigir que a Rússia respeite o direito internacional e de defender a soberania da Ucrânia.

“Nenhum cidadão europeu entenderia qualquer apoio à capacidade da Rússia guerrear”, disse ela em comunicado enviado à Bloomberg antes da cúpula virtual desta sexta-feira. “Isso causaria enormes danos à reputação da China aqui na Europa.”

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A guerra na Ucrânia tende a dominar a pauta nessa cúpula que já estava agendada há muito tempo. Os líderes da UE pretendem alertar a China de que o fornecimento de armas ou qualquer ajuda para a Rússia evitar sanções trará graves consequências, afirmaram diplomatas e outras autoridades ouvidas pela reportagem. A UE não planejava explicitar essas consequências a fim de manter uma estratégica ambiguidade, mas um dos entrevistados relatou que sanções podem ser incluídas.

A Europa tentar atingir um difícil equilíbrio: dar à China um severo alerta a respeito da Ucrânia e de questões comerciais e de direitos humanos ao mesmo tempo que tenta se reaproximar do país asiático. Pequim vem tentando evitar que a guerra afaste as duas partes, poupando as autoridades europeias das críticas que fez aos americanos e pedindo que os europeus demonstrem autonomia estratégica em relação a Washington.

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A China negou alegações dos EUA de que a Rússia lhe pediu apoio financeiro e militar. O enviado de Pequim aos EUA afirmou em 20 de março que a China não enviou “armas e munição a qualquer lado”.

Com a invasão da Ucrânia, as decisões relacionadas à Rússia devem definir o relacionamento entre Pequim e Bruxelas nos próximos anos.

Em meio à desconfiança de Bruxelas quanto à seriedade do presidente russo, Vladimir Putin, nas negociações com a Ucrânia, líderes da UE vão pressionar a China a usar sua influência pela paz, com prioridades que incluem um cessar-fogo e corredores para refugiados. Eles também pedirão que Xi converse com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, segundo outra fonte.

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A China não criticou a Rússia pela invasão. Em vez disso, pediu que “todos os lados” reduzam as tensões e culpou os EUA de precipitar a guerra ao apoiar a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, recusou pedidos para demonstrar uma posição mais clara durante uma conversa na terça-feira com Josep Borrell, o responsável por política externa do bloco. O chinês argumentou que “questões complexas de segurança não devem ser tratadas com uma abordagem simplista.

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