Bloomberg Línea — Após uma sessão de otimismo nos mercados, um sentimento negativo toma conta das bolsas globais nesta quarta-feira (18). Por aqui, o movimento não era diferente, com queda de 0,73% do Ibovespa (IBOV) em meio às preocupações dos investidores com o aumento nos preços ao redor do mundo.
Ontem (17), o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que o banco central dos Estados Unidos “não hesitará” em apertar a política monetária além do neutro para conter a alta inflação, alimentando temores de que taxas mais altas possam levar a economia a uma recessão.
Entre as commodities, a sessão era de alta para o petróleo, com o barril negociado próximo dos US$ 114. Já o minério de ferro recuou na China, contribuindo para uma queda de 1,6% das ações da Vale (VALE3) por volta das 10h20, horário de Brasília
Confira o desempenho dos mercados nesta quarta-feira (18):
- Por volta das 10h20 (horário de Brasília), o Ibovespa recuava 0,73%, aos 107.957 pontos;
- O dólar à vista tinha leve alta e era negociado a R$ 4,95;
- Entre os contratos de juros futuros, o DI para 2025 subia quatro pontos-base, a 12,44%;
- Nos EUA, os índices futuros operavam em queda: o futuro do Dow Jones cedia 0,8%, o do S&P 500 caía 1,05%, enquanto o da Nasdaq tinha baixa de 1,42%;
- Na Europa, o movimento também era de baixa: o índice CAC-40, de Paris, caía 0,72%, enquanto o índice Dax, da Alemanha, recuava 0,54%;
Contexto
As preocupações com a forte pressão inflacionária tomavam conta dos mercados nesta quarta. Os últimos balanços corporativos de varejistas nos EUA destacaram o impacto dos preços mais altos no primeiro trimestre: a Target Corp. (TGT) caía mais de 20% no pré-mercado após a companhia reduzir sua previsão de lucro devido a um aumento nos custos, enquanto a TJX Companies (TJX) recuava 4,8% após perda de lucros.
O S&P 500 está emergindo da maior queda semanal desde 2011, mas a recuperação do sentimento de risco está se mostrando frágil em meio ao aperto nas configurações monetárias, à guerra da Rússia na Ucrânia e aos bloqueios de covid na China. Em algumas de suas observações mais agressivas até o momento, Powell disse que o banco central dos EUA aumentará as taxas de juros até que haja evidências “claras e convincentes” de que a inflação está recuando.
Os dados mais recentes da Europa não ofereceram nenhuma garantia. As vendas de veículos novos encolheram pelo 10º mês consecutivo, enquanto o setor continua atolado em crises na cadeia de suprimentos, ao passo que a inflação da zona do euro atingiu um recorde. Os rendimentos da maioria dos títulos europeus subiram com os traders aumentando as apostas no aperto do Banco Central Europeu.
Enquanto isso, a inflação no Reino Unido atingiu seu nível mais alto desde que Margaret Thatcher foi primeira-ministra há 40 anos, aumentando a pressão por ação do governo e do banco central. A libra enfraqueceu com os traders especulando que o Banco da Inglaterra lutará para conter os preços e evitar uma recessão.
-- Com informações da Bloomberg News
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