Bloomberg Línea — A sessão desta quarta-feira (6) é de cautela para os mercados globais, que aguardam a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve, o banco central americano. O Ibovespa (IBOV) segue o desempenho do exterior e opera em queda nesta manhã, na casa dos 117 mil pontos.
A expectativa é de que o Fed realize o aperto monetário mais acentuado em quase três décadas, dada a forte alta da inflação e valorização das commodities.
Ontem, Lael Brainard, que dirige o Fed de Minneapolis, afirmou que o banco central americano elevará os juros de forma constante e que reduzirá o balanço patrimonial em ritmo acelerado a partir de maio. A fala mais dura da dirigente contrariou o esperado pelo mercado financeiro, que previa uma redução do balanço patrimonial do Fed para um pouco mais adiante.
Os investidores temem que um banco central mais restritivo possa inibir o crescimento da economia americana, conduzindo-a até mesmo a uma recessão.
Também contribuía para o sentimento de maior aversão ao risco nesta quarta as novas sanções à Rússia, após alegações de assassinatos de civis em cidades ucranianas agora recapturadas das forças russas.
Até o momento, comenta-se a intenção da União Europeia de proibir a importação de carvão mineral russo. Os ministros das Relações Exteriores da Otan estão reunidos em Bruxelas enquanto os EUA e seus aliados coordenam uma nova rodada de sanções para punir o Kremlin.
Em meio à expectativa de novas restrições, o preço do petróleo avançava nesta quarta, sendo negociado acima dos US$ 100.
Por aqui, as atenções recaem sobre o noticiário corporativo e sobre a Petrobras (PETR3; PETR4). Segundo um empresário ouvido pela Bloomberg Línea sob a condição de não ser identificado, o nome de Caio Paes de Andrade, cotado para presidir a estatal, sofre oposição de lideranças do setor de óleo e gás.
Ainda no radar, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou ontem que não vê no momento qualquer motivo para que se discuta uma eventual privatização da petroleira.
Confira o desempenho dos mercados nesta manhã:
- Às 11h13 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 1,08%, aos 117.596 pontos;
- O dólar à vista subia cerca de 1%, negociado aos R$ 4,70;
- Entre os contratos de juros futuros, o DI para 2025 avançava 14 pontos-base, a 11,46%;
- Nos EUA, o Dow Jones recuava 0,8%, o do S&P 500 recuava 1,1%, enquanto o da Nasdaq cedia mais de 2,4%;
- Na Europa, o movimento também era de queda: o índice Dax, da Alemanha, recuava cerca de 2%, enquanto o CAC-40, de Paris, caía 2,3%.
Leia também:
Flutuação das commodities veio para ficar, diz chefe da Cargill