Aceleradores e fundos buscam nova onda de startups disruptivas na América Latina

Investimentos de Venture Capital atingiram quase US$ 16 bilhões na América Latina em 2021, e a dinâmica promete continuar ativa

Setores como fintech, proptech e healthtech atraem a atenção de investidores na América Latina
13 de mayo, 2022 | 09:56 AM

Bogotá — A atividade de Venture Capital na América Latina permaneceu ativa com 253 transações no valor de mais de US$ 3 bilhões no primeiro trimestre, à medida que aceleradoras e fundos de ações buscam a nova onda de startups disruptivas na região em 2022.

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“Buscamos empresas de base tecnológica que estão gerando disrupção em algum setor, não somos agnósticos para qual, mas estamos com alto potencial de escalabilidade, equipes muito fortes e bem compostas”, disse o diretor-geral na Colômbia da aceleradora de startups holandesa Rockstart, Felipe Santamaría, em entrevista à Bloomberg Línea.

O executivo se refere à seleção de dez startups latino-americanas que a Rockstart fará até 31 de maio, que prevê investimentos de cerca de US$ 100.000 em cada uma dessas empresas, embora também espere acompanhar as rodadas futuras, como mencionou.

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Nesse sentido, destaca-se o apetite por empresas de setores como tecnologia financeira (fintechs), educação (edtechs) e setor imobiliário (proptechs), além de soluções que tenham a ver com o mundo dos criptoativos.

“A verdade é que tem sido extremamente variado, mas esse grupo de fintechs continua tendo uma grande participação”, disse Santamaría sobre essa seleção de startups na América Latina.

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Segundo dados do Transactional Track Record, site de informações do setor, no primeiro trimestre de 2022 os setores que mais chamaram a atenção dos fundos de Venture Capital na América Latina foram software, com 63 operações, serviços de internet e TI, com 56, investimento, com 37, e distribuição e varejo, com 32.

O diretor geral da Rockstart na Colômbia afirmou que, embora o aumento das taxas de juros pelos bancos centrais nas principais economias da região possa pressionar mais os fundos, na América Latina a atividade “ainda continua crescendo e continuará a crescer muito.”

Para Santamaría, isso é fundamental, principalmente para empresas em estágio inicial, pois a cada dia surgem mais oportunidades via aceleradoras, investidores ou anjos.

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“Já existem empreendedores com sólidas histórias de sucesso que começam a permear e catapultar novas empresas de diferentes maneiras, seja com investimento direto por eles mesmos como fundadores ou como empresas, mas é isso que está nutrindo esse ecossistema”, acrescentou.

Além da Rockstart, a Village Capital é outra aceleradora que também lançou uma busca por startups promissoras com o apoio da Moody’s, que planeja promover entre oito e dez empresas na América Latina que estejam focadas “na mobilidade econômica e na criação de alternativas para entrar na classe média”.

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“De agosto a outubro de 2022, as empresas selecionadas se reunirão em três workshops online e um presencial. Os temas dos workshops vão centrar-se no apoio ao desenvolvimento das redes e ferramentas necessárias para dimensionar o seu impacto”, informou a Village Capital sobre o processo com as startups, cuja seleção será concluída no dia 10 de junho.

Enquanto isso, a Polymath Ventures, empresa da Colômbia que ajuda a construir empresas em mercados emergentes com foco na classe média, concentra seu interesse em setores como tecnologia financeira, comércio eletrônico e plataformas de serviços B2B2C.

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“Estamos bastante interessados em fazer mais esforços em healthtech [soluções de tecnologia em saúde], além de nossos modelos de negócios tradicionais”, disse à Bloomberg Línea o fundador e CEO chinês da Polymath Ventures, Wenyi Cai.

A Polymath Ventures ajudou a construir 11 empresas, das quais nove estão na Colômbia e duas no México, e sua meta é ajudar a lançar mais duas em 2022. Todo o portfólio está avaliado em aproximadamente US$ 150 milhões.

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“Estamos procurando levantar um fundo semente no qual investiríamos em empresas que não começaram na Polymath, mas foram iniciadas por empreendedores de outros lugares, onde achamos que podemos trazer o conhecimento do estúdio e as capacidades de a plataforma para essas empresas externas para ajudá-las a crescer”, disse Wenyi sobre os planos da Polymath Ventures.

A América Latina participou com 8,1% das empresas emergentes que se apresentaram, sendo a quarta região com maior representatividade depois da América do Norte (54,6%), Ásia (18,4%) e Europa (11,2%).

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Daniel Salazar

Profissional de comunicação e jornalista com ênfase em economia e finanças. Participou do programa de jornalismo econômico da agência Efe, da Universidad Externado, do Banco Santander e da Universia. Ex-editor de negócios da Revista Dinero e da Mesa América da Efe.

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