Bloomberg — A Alemanha está preparada para apoiar uma proibição gradual do petróleo russo, à medida que países da União Europeia lutam para reagir a uma crescente crise energética que se intensifica com o corte de gás russo para dois países membros nesta quarta-feira (27).
Berlim apoiaria uma abordagem em fases para atingir o petróleo russo em vez de algumas das outras opções que foram discutidas, como um teto de preço ou mecanismos de pagamento para reter parte da receita de Moscou, segundo pessoas familiarizadas com conversas entre embaixadores da UE.
A proibição também precisaria vir com um período de transição, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as negociações não são públicas. A UE adotou uma abordagem semelhante quando proibiu o carvão russo no início deste mês.
A UE trabalha em seu sexto pacote de sanções, com consultas entre os estados membros que devem ocorrer nos próximos dias, segundo as pessoas. Propostas formais podem ser apresentadas para aprovação já na próxima semana.
Uma decisão final sobre o mecanismo para atingir o petróleo russo ainda não foi finalizada, disse uma das pessoas.
Proposta polonesa
As sanções da UE exigem unanimidade e podem ser um campo minado para alguns estados membros.
Chegar a um acordo sobre a duração de qualquer período de transição para a proibição do petróleo será particularmente complicado, e vários países membros pressionam para agir mais rápido.
A Polônia, que está entre os que apoiam medidas mais duras, planeja propor um mecanismo semelhante ao mercado de carbono na próxima cúpula da UE para fornecer uma garantia de que o bloco eliminará gradualmente os combustíveis fósseis russos, segundo a ministra do Clima, Anna Moskwa. Também seria um incentivo para aqueles que estiverem prontos para abandonar a energia russa mais cedo.
O mecanismo proposto pode se aplicar tanto ao petróleo quanto ao gás, de acordo com uma outra pessoa.
O mecanismo definiria um caminho de redução ao estabelecer uma data em que o uso de fontes de energia da Rússia deve ser zerado. Cada país membro receberia uma cota de combustíveis fósseis que pode importar e aqueles que quisessem usar mais teriam que comprar créditos daqueles que usam menos do que seu limite. As receitas do programa poderiam ser usadas para ajudar a Ucrânia ou para ajudar na diversificação das fontes de energia.
Outras alternativas à proibição que foram discutidas incluem tarifas e restrições a alguns produtos petrolíferos. Uma das pessoas disse que o pacote também pode incluir uma combinação de medidas, já que um dos principais objetivos é garantir que as receitas da Rússia - e não as economias da Europa - sejam as mais afetadas por qualquer ação.
Autoridades dos EUA têm expressado preocupações de que uma proibição total da UE ao petróleo russo possa fazer os preços dispararem e dar ao Kremlin ainda mais receita.
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