Aversão ao risco contamina mercado e Ibovespa cai com peso de bancos

Já o dólar, que é visto como um ativo de proteção, avança na sessão desta terça-feira

Perspectiva global de expansão econômica mais lenta ao lado de inflação persistente está levando a um clima febril nos mercados
26 de abril, 2022 | 12:54 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) tem mais uma sessão de queda nesta terça-feira (26), com os mercados acionários globais acionando o modo de aversão ao risco. Nos Estados Unidos, as quedas das ações de tecnologia pesam nos índices. Já no Brasil, o balanço do Santander (SANB11) abaixo das expectativas amargou as ações do setor como um todo. Quedas de Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) puxam o Ibovespa para baixo.

PUBLICIDAD

Na ponta oposta, a alta dos preços do petróleo ajudam a puxar o papel da Petrobras (PETR4), que impede que o principal índice da Bolsa de São Paulo tenha quedas maiores.

  • Perto das 13h40, o Ibovespa caía 1,5%, a 109.028 pontos
  • O dólar subia 1,73%, a R$ 4,96
  • Nos EUA, o Dow Jones caía 1,5%, o S&P 500, 1,75%, e o Nasdaq, 2,72%

Contexto

Após semanas sem divulgação por conta da greve dos servidores, o relatório Focus foi publicado hoje pelo Banco Central e mostrou piora nas projeções para inflação e juros este ano.

PUBLICIDAD

Os economistas elevaram as estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 7,46% para 7,65% em 2022, e veem agora uma taxa Selic de 13,25% ao fim do ano, ante projeção de 13,05%.

Para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em maio, o Focus manteve expectativa de aumento de 1 ponto da Selic, para 12,75% ao ano.

PUBLICIDAD

A perspectiva global de expansão econômica mais lenta ao lado de inflação persistente está levando a um clima febril nos mercados. A panóplia de riscos abrange a pandemia, interrupções na cadeia de suprimentos, aperto do Fed e a guerra da Rússia na Ucrânia. A busca por buffers de portfólio nos EUA é evidente no custo relativo mais alto de contratos de venda de proteção contra perdas em dois anos.

“Não há dúvida de que o crescimento econômico está com problemas e que a pista para os bancos centrais administrarem um pouso suave está ficando menor à medida que os salários e a inflação aumentam”, disse Lauren Goodwin, economista e estrategista de portfólio da New York Life Investments, à Bloomberg News. “A grande questão para a alocação de ativos não é se a inflação será alta. Isso é um dado. Em vez disso, é se o crescimento pode acompanhar.”

Nos EUA, os balanços corporativos estão fornecendo algum consolo para os mercados de ações - cerca de 80% das empresas superaram as expectativas de lucro, incluindo GE, United Parcel Service e Pepsico. No entanto, previsões decepcionantes, incluindo as da JetBlue Airways Corp., estão pesando. Os resultados da Microsoft (MSFT), da Alphabet (GOOGL) e da Visa (V) ainda estão por vir.

PUBLICIDAD

-- Com informações de Bloomberg News

Leia também

PUBLICIDAD

Bloomberg Línea lança lista de 50 Mulheres de Impacto da América Latina em 2022

Após anos de taxas minúsculas, bancos finalmente podem comemorar

Últimas BrasilIbovespaBloomberg LíneaMercados
Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.

PUBLICIDAD