Brasil é o 22º melhor lugar para se investir entre 25 países

Pelo décimo ano consecutivo, os EUA aparecem liderando a lista como o principal polo de atratividade de investimentos diretos estrangeiros

A visão dos investidores parece mais otimista em relação ao Brasil, que aparece agora como 22º destino mais atraente para investidores
13 de abril, 2022 | 02:18 AM

Bloomberg Línea — O Conselho de Políticas Globais de Negócios da Kearney, uma consulturia global de gestão estratégica, divulgou o seu mais recente Índice de Confiança para Investimento Direto Estrangeiro, que lista os 25 principais destinos de investimento estrangeiro no mundo.

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Nele, o Brasil aparece na 22ª posição, com dois pontos de vantagem em relação à edição anterior de 2021, quando o país figurava no 24º lugar. O relatório cita a recuperação econômica puxada pelo elevado preço de matérias-primas e à diminuição das restrições da covid-19 como justificativas para a melhora.

Em contrapartida, liderando o ranking pelo décimo ano consecutivo aparece, os Estados Unidos como o principal polo de atratividade de investimentos diretos estrangeiros. Na sequência aparecem Alemanha e Canadá, respectivamente.

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O que diz o relatório

O relatório é anualmente construído com base em uma pesquisa realizada pela consultoria junto a executivos sêniores de empresas de 30 países e com receita anual superior a US$ 500 milhões.

Considerando que a pesquisa ainda estava sendo elaborada em janeiro de 2022, há uma nítida percepção de que os investidores tinham outras expectativas para o ano que recém iniciava. Isso porque, à época, a Rússia ainda não tinha invadido a Ucrânia, o que sugere que o ataque surpreendeu o mercado, ainda que alguns dos riscos já estivessem no radar dos investidores.

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“Ao ingressar no terceiro ano da pandemia, os investidores pareciam muito mais esperançosos em relação à economia global e aos fluxos do que há um ano”, conta Paul A. Laudicina, fundador do FDI Confidence Index e do Conselho de Política Empresarial Global de Kearney.

“Eles [investidores] temiam que um aumento nos preços das commodities, tensões geopolíticas crescentes e inflação persistente fossem realidade no próximo ano. De fato, em poucos meses do ano, essas previsões se concretizaram e foram reforçadas pelas ações militares russas na Ucrânia”, explica Laudicina.

Ainda que o documento não traduza exatamente as mudanças no humor dos investidores desde o início do conflito, em 24 de fevereiro, os investidores citam pontos que invariavelmente podem contribuir com a melhora do índice, sobretudo para países desenvolvidos, como a estabilidade regulatória e pouca corrupção, o que também é mencionado entre os fatores gerais mais importantes ao se escolher onde fazer investimentos estrangeiros diretos.

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Os únicos mercados emergentes que aparecem na lista entre as demais economias são Brasil, China, Emirados Árabes e Qatar.

Assim como Brasil, a China também subiu duas posições, passando do 12º lugar em 2021 para o 10º, refletindo a retomada econômica do país em 2021 e as então projeções de um crescimento mais robusto nos próximos anos.

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Após ter saído do ranking em 2019, o Brasil ressurgiu em 2020, em 22º lugar. Depois de cair em 2021 para 24ª posição, diante dos desafios nos ambientes político e econômico brasileiros e, claro, das adversidades da pandemia, agora em 2022 o país aparece com melhor performance, refletindo a recuperação da confiança dos investidores.

“A economia brasileira deu sinas de recuperação no final de 2021, puxada pela alta no preço das matérias-primas e commodities e pela diminuição das restrições da covid-19″, diz Sachin Mehta, sócio da Kearney Brasil.

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O relatório mostra que 50% dos entrevistados afirmam estar mais otimistas com a América como um todo neste ano e que, para 40%, o nível de otimismo não mudou, enquanto 10% estão mais pessimistas com a economia na região.

Meio ambiente

Esta edição do relatório também reporta como os investidores veem os compromissos ambientais, sociais e de governança (a sigla ESG, em inglês) de suas empresas, e de seus investidos estrangeiros.

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Entre os entrevistados, 94% afirmam que suas empresas desenvolveram uma estratégia para cumprir seus compromissos ESG, 89% veem esses compromissos em suas organizações como uma fonte de vantagem competitiva e 73% disseram que seus compromissos ESG se tornaram mais fortes nos últimos três anos.

“Os investidores estão claramente entusiasmados com a busca de compromissos ESG”, diz Erik Peterson, diretor administrativo do Global Business Policy Council e coautor do estudo. Mas Peterson acrescenta: “Os investidores ainda estão frequentemente divididos sobre quais metas ESG priorizar e como medi-las”, diz.

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Confira o ranking completo dos melhores lugares para se investir em 2022:

1. Estados Unidos

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2. Alemanha

3. Canadá

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4. Japão

5. Reino Unido

6. França

7. Itália

8. Espanha

9. Suíça

10. China (incluindo Hong Kong)

11. Austrália

12. Nova Zelândia

13. Suécia

14. Emirados Árabes

15. Finlândia

16. Coreia do Sul

17. Bélgica

18. Cingapura

19. Portugal

20. Áustria

21. Dinamarca

22. Brasil

23. Noruega

24. Catar

25. Irlanda

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Melina Flynn

Melina Flynn é jornalista naturalizada brasileira, estudou Artes Cênicas e Comunicação Social, e passou por veículos como G1, RBS TV e TC, plataforma de inteligência de mercado, onde se especializou em política e economia, e hoje coordena a operação multimídia da Bloomberg Linea no Brasil.

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