Dólar mantém alta e Ibovespa sobe com Petrobras e de olho no Fed

Mercado segue monitorando próximos passos do Federal Reserve e novas sanções à Rússia em meio à guerra na Ucrânia

Bolsa de Valores de Brasil
07 de abril, 2022 | 02:27 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) opera com leve alta na tarde desta quinta-feira seguindo a tendência dos mercados dos Estados Unidos, que buscam um equilíbrio após a disparada nos rendimentos dos Treasuries depois que a ata da última reunião do Federal Reserve sinalizou que forte redução no balanço patrimonial e aumento mais agressivo nos juros.

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O dólar (USDBRL) sobe pelo terceiro dia seguido e voltou a ser negociado a R$ 4,75. Pela manhã, a moeda americana chegou a ser negociada a R$ 4,77, seguindo a tendência internacional para o câmbio e em meio à continuidade do avanço dos rendimentos dos Treasuries.

Por outro lado, as taxas de juros mais curtas recuaram após o presidente Jair Bolsonaro anunciar bandeira verde de energia, que deve trazer alívio para o IPCA e ajudar o Banco Central a encerrar o ciclo de alta da Selic em maio.

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse em evento virtual que a autoridade monetária tem instrumentos para combater inflação e que o Brasil está no caminho certo nesse sentido. Ele afirmou que vê surpresas positivas de curto prazo na área fiscal, além de preços de commodities na correlação certa com o câmbio e ingresso de fluxos de empresas brasileiras.

Entre as commodities, os preços do petróleo subiam cerca de 1% nesta quinta, após o recuo motivado ontem pela notícia de que a Agência Internacional de Energia (AIE) ofertaria 60 milhões de barris adicionais, reforçando a liberação de 180 milhões de barris já anunciada pelo governo dos EUA.

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As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) têm forte alta reagindo ao preço do petróleo e também à definição sobre o comando da empresa. Na quarta, o Ministério de Minas e Energia confirmou a indicação dos nomes de José Mauro Ferreira Coelho para a presidência da estatal e de Marcio Andrade Weber para presidir o conselho de administração da companhia.

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Na agenda de indicadores, o número de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos caiu na semana passada, para o menor patamar desde 1968, apoiando a afirmação da autoridade monetária de que a economia está forte o suficiente para suportar os aumentos de taxas.

De acordo com o Departamento do Trabalho dos EUA, os pedidos iniciais de seguro-desemprego caíram em 5 mil, para 166 mil na semana encerrada em 2 de abril. A estimativa mediana em uma pesquisa da Bloomberg com economistas previa 200 mil pedidos.

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Confira o desempenho dos mercados nesta quinta:

  • O Ibovespa subia 0,22%, marcando 118.502 pontos às 15h20;
  • O dólar à vista subia 0,6%, a R$ 4,752;
  • Entre os contratos de juros futuros, o DI para janeiro de 2025 subia de 11,44% para 11,49%;
  • Nos EUA, o Dow Jones (INDU) subia 0,1%, o S&P 500 (SPX) tinha alta de 0,2%, enquanto o Nasdaq 100 (NDX) operava estável;

Ainda no exterior, investidores monitoram a guerra na Ucrânia, após os EUA anunciarem novas sanções contra dois dos maiores bancos da Rússia e contra as filhas adultas do presidente Vladimir Putin.

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Nesta quinta, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia pediu mais armas em uma reunião da Otan em Bruxelas e criticou a Alemanha por ser lenta demais para ajudar. A Assembleia Geral das Nações Unidas deve votar nesta quinta-feira (7) sobre a suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos, já que o presidente dos EUA, Joe Biden, acusou as forças do Kremlin de cometer “grandes crimes de guerra” na Ucrânia.

Os ministros das Relações Exteriores da Europa também devem discutir um embargo de petróleo à Rússia quando se reunirem no início da próxima semana.

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-- Com informações da Bloomberg News

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.

Toni Sciarretta

News director da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista com mais de 20 anos de experiência na cobertura diária de finanças, mercados e empresas abertas. Trabalhou no Valor Econômico e na Folha de S.Paulo. Foi bolsista do programa de jornalismo da Universidade de Michigan.

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