Êxodo reverso? Londrinos voltam para suas casas

Após frenesi por casas mais espaçosas no início da pandemia, moradores de Londres estão voltando à cidade ávidos para reviver o estilo de vida

Um terço das casas alugadas em Londres foram para antigos moradores da capital
Por Lizzy Burden
21 de mayo, 2022 | 01:44 PM

Bloomberg — Os inquilinos que migram para Londres estão aumentando os aluguéis na capital, revertendo a necessidade de espaços amplos gerada pela pandemia e aumentando a crise do custo de vida do Reino Unido.

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Um recorde de 30% das casas alugadas em Londres este ano foram para pessoas que antes moravam fora da cidade, de acordo com o agente imobiliário Hamptons. As áreas circundantes de Berkshire, Buckinghamshire, Essex, Hertfordshire, Kent e Surrey – conhecidas como Home Counties – agora representam mais da metade dos novos inquilinos.

No entanto, as pessoas tendem a se mudar para Londres pelo estilo de vida e não porque estão sendo convocadas de volta ao escritório, disse o Hamptons. O estudo e as mudanças nas circunstâncias familiares muitas vezes são o gatilho.

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Os aluguéis na capital subiram 12,3% nos últimos 12 meses – ritmo mais rápido desde que o índice Hamptons começou em 2013. O crescimento está superando a média nacional após ter ficado para trás durante a pandemia, quando muitos deixaram os centros urbanos em busca de casas maiores.

O boom está sendo sustentado pela falta de novas casas no mercado, com 30% menos propriedades para alugar em abril do que no ano anterior.

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Com a covid sendo esquecida, a vida na capital está voltando lentamente ao seu novo normal”, disse Aneisha Beveridge, chefe de pesquisa do Hamptons. “A natureza liberal de muitos empregos hoje significa que será a cultura e o estilo de vida, e não o emprego, que se tornará o maior atrativo da capital.”

O que diz a Bloomberg Economics:

“Os grandes aumentos dos aluguéis em Londres são uma função da demanda robusta de inquilinos famintos pelas atrações da cidade durante os longos meses de restrições pela covid-19, bem como a menor oferta de propriedades para alugar, com pequenos investidores saindo do marcador de aluguel após mudanças regulatórias que inflaram suas contas de impostos.

“Londres, que teve pouca inflação dos preços das casas em relação ao resto do país, pode continuar resiliente devido aos ganhos relativamente mais altos de seus habitantes, isolando-os do aperto do custo de vida.”

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--Iwona Hovenko, analista de construção e imobiliário de BI.

Em um relatório separado, a Capital Economics projetou uma queda nos preços das casas, com as taxas de hipotecas subindo mais rápido do que em qualquer momento desde o final dos anos 1980.

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Andrew Wishart, economista sênior de propriedades da consultoria, disse que o aumento nos custos de empréstimos na época fez com que os preços das casas caíssem 20%. No entanto, “o mercado de trabalho apertado, proporções mais baixas entre empréstimo e valor e um pico mais baixo nas taxas de juros significam que a queda nos preços deve ser menos dramática desta vez”.

Wishart projeta uma queda de 5% nos próximos dois anos, revertendo um quinto do aumento desde o início da pandemia. Londres e o Sudeste do país devem ter a maior queda nos preços das casas, disse ele, e as regiões do norte e País de Gales a menor.

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Um aviso semelhante foi emitido na semana passada pelo ex-formulador de políticas do Banco da Inglaterra Charles Goodhart, que disse aos legisladores que esperava que os preços das casas caíssem.

--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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