Agro

Falta de fertilizantes ameaça soja, apesar de Bolsonaro anunciar novos insumos

Diante da crise, aumento dos preços da soja pode repercutir em todas as cadeias mundiais de abastecimento de alimentos e pesar na inflação

O Brasil importa mais de 85% dos fertilizantes que consome internamente
Por Tatiana Freitas e Simone Iglesias
27 de Abril, 2022 | 12:27 PM

Bloomberg — A maior safra de soja do mundo sofre a ameaça da falta de fertilizantes. Novos dados mostram que embarques de insumos russos vitais para o Brasil estão em queda.

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O número de novas cargas da Rússia para o Brasil caiu, apesar de o presidente Jair Bolsonaro anunciar na terça-feira (26) que mais de duas dúzias de navios russos estão a caminho do país. Sanções e interrupções logísticas devido à guerra na Ucrânia causaram o declínio.

Os embarques são críticos para o mundo inteiro, porque a soja brasileira é usada em tudo, desde óleo de cozinha a ração animal, e um déficit de fertilizantes pode resultar na queda de suprimentos.

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O tempo está se esgotando para obter as quantidades necessárias para plantar a gigantesca safra do país em setembro. O aumento dos preços da soja pode repercutir em todas as cadeias mundiais de abastecimento de alimentos e exacerbar ainda mais inflação.

O Brasil está tão desesperado por fertilizantes que esse é um fator chave na postura neutra de Bolsonaro em relação à guerra de Vladimir Putin contra a Ucrânia.

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“Adotamos uma posição de equilíbrio nessa questão conflituosa, não sobrevivemos sem fertilizantes”, disse Bolsonaro nesta última terça-feira durante evento em Brasília.

Dados compilados pela Green Markets da Bloomberg News mostram que os embarques estão em forte queda. A programação de navios dos portos brasileiros mostra que os novos volumes de fertilizante russo caíram 58% nas últimas quatro semanas em comparação com o período anterior.

Brasil tem quase um terço de suas importações provenientes de nações em conflitodfd

Tanto a Rússia quanto Belarus, que respondem por quase um terço das importações de fertilizantes do Brasil, estão sob sanções de nações ocidentais. Nenhum embarque de Belarus foi adicionado à programação de portos desde o final de fevereiro, segundo Marina Cavalcante, analista da Green Markets.

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As quedas “podem representar um risco para o fornecimento de fertilizantes no segundo semestre do ano”, disse Cavalcante em entrevista.

O Brasil importa mais de 85% dos fertilizantes que consome internamente.

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