Goldman: temporada de ganhos de metais para baterias chegou ao fim - por ora

Perspectivas de longo prazo para os metais continuam fortes, mas “animação” dos investidores levou a um excesso de oferta

Para o Goldman Sachs, investidores estão plenamente conscientes de que os metais para produção de baterias desempenharão um papel crucial na economia global do século 21
Por Paul Wallace
29 de mayo, 2022 | 04:21 PM

Bloomberg — O Goldman Sachs (GS) disse que o preço de três metais importantes para a produção de baterias (cobalto, lítio e níquel) cairá nos próximos dois anos dado o rápido aumento de investidores que querem exposição à transição energética, buscando uma energia “verde”.

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“Os investidores estão plenamente conscientes de que os metais para produção de baterias desempenharão um papel crucial na economia global do século 21″, escreveram analistas do Goldman, incluindo Nicholas Snowdon e Aditi Rai, em nota publicada neste domingo (29). “No entanto, apesar desse perfil de demanda exponencial, vemos o mercado em alta de metais para baterias como encerrado por enquanto.”

As perspectivas de longo prazo para os metais continuam fortes, principalmente devido à rápida adoção de veículos elétricos, de acordo com o Goldman. Mas a exuberância dos investidores levou a um excesso de oferta.

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Houve “um aumento no capital dos investidores em produtos vinculados à história de energia renovável com foco no longo prazo, o que fez com que esses ativos de commodities passassem a ser negociados como ‘ações’ com prêmio de risco no futuro”, disseram os analistas.“Esse preço fundamentalmente errado, por sua vez, gerou uma resposta de oferta desproporcional bem à frente da tendência da demanda.”

Na avaliação do banco, haverá uma “correção acentuada” nos preços do lítio, com a média do metal recuando para menos de US$ 54 mil a tonelada este ano, abaixo de um preço à vista de mais de US$ 60 mil. Para a instituição financeira, o metal cairá ainda mais, para uma média de pouco mais de US$ 16 mil em 2023.

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Já o cobalto provavelmente cairá para uma média de US$ 59,5 mil a tonelada no próximo ano, abaixo dos cerca de US$ 80 mil agora. O níquel, por sua vez, deve subir quase 20% no restante deste ano, para US$ 36,5 mil a tonelada, antes que “pressões fundamentais” reduzam novamente os preços do metal, prevêem os analistas.

Ainda assim, os preços podem subir novamente após 2024.

“Esta fase de excesso de oferta acabará por semear as sementes do superciclo de materiais para bateria na segunda metade desta década”, disse o banco. Então, “o aumento da demanda superará de forma mais sustentável o atual crescimento da oferta”.

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