Recessão fará trabalhador voltar ao escritório, prevê bilionário do setor

Stephen Ross, megaempresário à frente de projetos como o Hudson Yards, em Nova York, diz que pessoas serão movidas pelo medo de perder o emprego

A volta ao escritório em Nova York será inevitável se a recessão chegar, prevê Stephen Ross
Por Natalie Wong
19 de junio, 2022 | 09:38 AM

Bloomberg Línea — O bilionário do mercado imobiliário americano Stephen Ross disse que companhias que hoje enfrentam dificuldade para trazer seus funcionários de volta para o escritório podem ver uma enxurrada deles fazendo esse movimento deliberadamente se a economia americana entrar em recessão.

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“Empregadores têm sido hesitantes [em cobrar a volta ao escritório] porque eles não querem perder seus funcionários, mas eu penso que se entrarmos em recessão e as pessoas tiverem medo de perder o emprego, isso vai levá-las de volta para o trabalho presencial”, disse Ross.

“Os empregados acabarão reconhecendo que se o país entrar em uma recessão, ou as coisas se tornarem mais difíceis, você terá que fazer o que for preciso para manter seu trabalho e conseguir viver.”

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Ross fala com conhecimento de causa - e como parte interessada. Ele é um dos maiores empresários do real estate no mercado americano e foi o desenvolvedor de grandes projetos corporativos como o Hudson Yards, em Manhattan, Nova York. Tem sido há tempos um defensor da volta dos trabalhadores aos escritórios, um movimento que recentemente ganhou apelo do prefeito da cidade Eric Adams.

O político pediu a volta do trabalho presencial, em detrimento de jornadas remotas ou híbridas, para que a economia da cidade possa se recuperar de forma mais vigorosa. Isso inclui profissionais que estão entre os mais bem pagos do país, como os que trabalham nas empresas financeiras de Wall Street.

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Uma recessão na maior economia do mundo é cada vez mais provável diante das sinalizações do Federal Reerve, o banco central americano, de que adotará uma política de juros mais altos do que o mercado previa para tentar conter a inflação no país.

Segundo projeções de estrategistas do JPMorgan, o S&P 500 hoje indica uma chance de recessão acima de 80%. Para a Bloomberg Economics, essa probabilidade é perto de 75% para que ocorra no primeiro trimestre de 2024.

Mas, a despeito de apelos como o de Eric Adams e de previsões como a de Stephen Ross, os números do trabalho presencial ainda estão muito aquém dos níveis pré-pandemia. Apenas quatro em cada dez empregados da região metropolitana de Nova York voltaram para os seus locais de trabalho, segundo informações da empresa de segurança de dados Kastle Systems.

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- Com a Bloomberg Línea.

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