XP inicia abril vendo ‘céu de brigadeiro’ e Ibovespa a 130 mil pontos

Principal índice da Bolsa se beneficia da fuga de capital de outros emergentes, com fluxo voltado para commodities e bancos

Até agora, a entrada líquida acumulou R$ 92,7 bilhões, ante R$ 102 bilhões que entraram em todo o ano de 2021
01 de abril, 2022 | 02:24 PM

Bloomberg Línea — Em meio a uma rotação global de ações de crescimento para ações de valor, exposição do mercado brasileiro a commodities e bancos e valuations atrativos, o cenário de investimentos no Brasil tem chamado atenção. Além de se beneficiar dos fluxos de saída de outros mercados emergentes - com investidores estrangeiros saindo de concorrentes como a Rússia -, o Brasil tem uma das melhores perspectivas para este ano, de acordo com análise da XP divulgado nesta sexta-feira (1).

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Com estimativas mais altas de lucro por ação, a XP espera que o principal índice da Bolsa brasileira mantenha a trajetória de alta vista neste ano e chegue ao fim de 2022 em 130 mil pontos. A estimativa da casa anteriormente era de que o Ibovespa fecharia o ano aos 123 mil pontos.

Na última semana, a Guide Investimentos também divulgou um ajuste na projeção do Ibovespa, elevando a expectativa para o fim deste ano de 120 mil pontos para 130 mil pontos. Na visão da equipe de análise, o fim do ciclo de aumento da taxa de juros e o crescimento dos lucros das empresas (principalmente das produtoras commodities) devem impulsionar o índice

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No primeiro trimestre de 2022, o Ibovespa acumulou uma alta de 15,73%, e saiu do patamar de cerca de 101 mil pontos na mínima do ano, em janeiro, para os mais de 121 mil pontos que ronda nesta sexta-feira (1°).

Até agora, a entrada líquida acumulou R$ 92,7 bilhões, ante R$ 102 bilhões que entraram em todo o ano de 2021. “Com uma maior entrada de dólares no país, o real vem se valorizando fortemente em relação ao dólar, atingindo a seu nível mais alto desde o início da pandemia”, diz a XP em relatório.

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É importante destacar que os fluxos estrangeiros que chegam ao Brasil têm sido direcionados, principalmente, para os setores de commodities e financeiro, enquanto as ações mais voltadas para os setores domésticos e small caps continuam para trás.

XP Investimentos

O BTG Pactual, que não divulga estimativas para o Ibovespa, pontuou em sua última carta de estratégia que opta por permanecer neutro na exposição à renda variável brasileira “por entender que após uma valorização de praticamente 14,5% neste ano, o balanço de risco e retorno fica mais equilibrado”.

“Nesse sentido, seguimos com visão mais construtiva para Large Caps, valendo reforçar a Carteira de Ações 10SIM do BTG Pactual com exposição à commodities (metálicas e agro), setor bancário e varejo de alta renda, que devem continuar performando acima do índice e justificando a exposição à tal subclasse.”

Já o Goldman Sachs, em relatório de 9 de março, disse esperar que o Ibovespa ultrapasse os 120 mil pontos no curto prazo, mas manteve o alvo de 118 mil pontos para o índice nos próximos 12 meses.

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Para a XP, a bolsa brasileira continua barata. “O Prêmio de Risco para ações brasileiras, que compara seu rendimento com as taxas de juros reais, mostra que as ações brasileiras estão baratas mesmo considerando o alto nível das taxas de juros locais.”

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Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.

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